Alimento mais barato: preço do arroz despenca e incentivo à importação começa a surtir efeito

Safra melhor e medidas como a tarifa zero na importação têm feito com que o brasileiro já encontre alimento mais barato no mercado. Os preços do arroz pagos ao produtor brasileiro acumulam queda de 20% no ano, indicando que os consumidores vão gastar menos.

Atualmente, o arroz em casca está sendo comercializado por menos de R$ 80 por saca de 50 kg no Rio Grande do Sul, um patamar que não era registrado desde outubro de 2022.

A queda nos preços do arroz ocorre por um esperado aumento de mais de 15% na produção brasileira, com boa recuperação na colheita gaúcha, além de uma melhora na oferta global.

O economista do FGV IBRE André Braz, especialista em inflação, afirmou ao G1 que, se for confirmada a queda dos preços do arroz aos consumidores, isso “vai ser uma boa ajuda” em termos inflacionários.

Alimento mais barato: tarifa zero de importação já faz preços do azeite e da sardinha caírem no mercado

O governo reduziu a zero as tarifas de importação de nove alimentos para facilitar o ingresso desses produtos no mercado interno e evitar alta de preços. Levantamento feito por técnicos da equipe econômica, com base em dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), ao qual O Globo teve acesso, mostra que o efeito maior deve se dar nos casos em que o Brasil é grande importador, como azeite e sardinha.

Dados da coleta de preços diária do FGV Ibre apontam que azeite, café, carnes e sardinha estão mostrando variação cada vez menor desde 14 de março, quando começou a valer a isenção de impostos para importação de alimentos. A análise considera a evolução dos preços ao longo do mês, com base em médias móveis (indicador de tendência) dos últimos 30 dias.

Ainda assim, apesar do alívio no bolso, o impacto na inflação da medida será restrito. Azeite e sardinha, por exemplo, não têm impacto relevante no IPCA (índice oficial de inflação).

Conab já observa reduções nos produtos importados

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável por monitorar os preços dos alimentos, já observa reduções nos valores de itens como óleo de soja, ovos, carne bovina e farinha de trigo. Essas quedas estão, em parte, associadas à diminuição das tarifas, seja de forma direta ou indireta.

No caso do óleo de soja, houve queda de 1% a 4% nos preços praticados no varejo, dependendo do estado, em comparação com fevereiro. Esse movimento pode ter sido influenciado pelo fim da tarifa de importação aplicada a outros óleos vegetais.

Os ovos também caíram no atacado, com redução de 6% no Espírito Santo e 3% em São Paulo, possivelmente devido à redução da tarifa de importação do milho, um dos principais insumos para a produção avícola.

Já a carne bovina ficou 1% mais barata em São Paulo, enquanto a farinha de trigo registrou uma redução de 5% no Paraná. Esse último achado pode estar ligado à redução do imposto sobre massas alimentícias e biscoitos, que impactou indiretamente o mercado do trigo.