Entre as 100 cidades com maior impacto do benefício Auxílio Brasil nas economias municipais, 96 estão na região Nordeste, três na Norte e uma na Sudeste. A projeção é de Ecio Costa, professor titular de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e da P³ Inteligência. Em termos do PIB (Produto Interno Bruto), o efeito mais significativo do programa do governo federal foi apontado no município de Serrano do Maranhão (MA): quase 34%. Aliás, dos 10 municípios com o maior impacto do benefício no PIB, sete estão no Maranhão.
Ainda segundo o levantamento, o Auxílio Brasil equivale a 10% ou mais do PIB para 648 cidades brasileiras – 597 delas no Nordeste. No entanto, muitos dos beneficiários do auxílio não conseguem trabalho e, com o recurso que recebem, sequer podem comprar o básico.
Em âmbito estadual, os maiores impactos do Auxílio Brasil no PIB foram apontados no Maranhão e Piauí, acima de 4%. Dos 10 estados com os maiores efeitos, oito estão na região Nordeste. Apenas o Rio Grande do Norte ficou de fora. Na Norte, foram Acre e Pará.
No governo Bolsonaro, o Auxílio Brasil é uma das principais apostas para reduzir a rejeição do presidente, candidato à reeleição, entre os mais pobres, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Em 12 dos 16 estados dessas regiões, há mais beneficiários do programa social do que trabalhadores formais, o que demonstra a incapacidade do atual governo de promover uma política econômica eficaz.
Pesquisa divulgada em maio pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, mostra que quase metade (48%) dos beneficiários do programa Auxílio Brasil – substituto do Bolsa Família – declara voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1º turno das eleições de 2022. Nesse recorte, Jair Bolsonaro (PL) tem 29% das intenções de votos. O desempenho do atual presidente nesse grupo de eleitores é inferior se comparado ao total da população. De modo geral, Bolsonaro tem 35% das intenções de votos, e Lula, 42%.
Auxílio Brasil tem menos impacto no PIB de estados da região Sul
Entre os 100 municípios com os menos impactos do benefício no PIB (entre 0,01% e 0,1%), 81 são na região Sul – 54 no Rio Grande do Sul, 26 em Santa Catarina e um no Paraná. Os demais estão no Sudeste (17), Centro-Oeste (1) e Nordeste (1).
Os 10 municípios com impactos menores do Auxílio Brasil no PIB são, pela ordem: Pomerode (SC), Nova Roma do Sul, Carlos Barbosa, Fagundes Varela, Aratiba, Picada Café, Três Arroios, Westfália (todos no RS), Iracemápolis (SP) e Vila Flores (RS).
As capitais com maiores impactos do benefício no PIB são as seguintes: Belém (2%), Fortaleza (1,82%), Macapá (1,66%), Rio Branco (1,64%), Teresina (1,61%), Salvador (1,59%), João Pessoa (1,54%), Maceió (1,4%), São Luís (1,33%), Aracaju (1,14%), Natal (1,13%).
Brasília (0,19%), Curitiba (0,23%), Florianópolis (0,24%), Porto Alegre (0,33%), São Paulo (0,37%), Belo Horizonte (0,45%) e Rio de Janeiro (0,48%) registraram os menores impactos no levantamento.
Pelas projeções do economista Ecio Costa, o impacto médio do Auxílio Brasil deve ser de 1,04% do PIB nacional em 2022.
De olho na reeleição, Bolsonaro quer turbinar Auxílio Brasil, que é insuficiente para comprar a cesta básica
Na prática, quem recebe o Auxílio Brasil de R$ 400 em Aracaju, capital de Sergipe, onde a cesta básica é a mais barata do país, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), ainda precisa de R$ 124,99 extras para poder comprar todos os itens que a compõem. Por outro lado, em São Paulo, onde a cesta básica é a mais cara do Brasil, o beneficiário do programa precisa de R$ 361,19 a mais para poder comprá-la.
Por esse motivo, na PEC dos Auxílios, o valor do Auxílio Brasil passa de R$ 400,00 para R$ 600,00. O benefício social será turbinado até dezembro de 2022, especialmente para os 100 dias que antecedem as eleições.
A última pesquisa Datafolha indicou vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno e, também, que a atual administração é rejeitada por 47% da população.
Desde a redemocratização do país, tendo a primeira eleição para presidente ocorrido em 1989, Bolsonaro é o presidente que tem a pior avaliação nos últimos meses do fim de mandato.
Se eleito, Lula já anunciou que o Bolsa Família retornará. Estudos da Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT responsável pela plataforma do candidato, preveem a substituição do principal projeto social de Bolsonaro, o Auxílio Brasil, por um Bolsa Família ampliado, incorporando os cerca de um milhão de famílias que estão na fila de inscrição. Também está prevista a volta de valores adicionais de acordo com o tamanho da família e grau de miséria, segundo informou o site Poder 360.
Atualmente, o Auxílio Brasil atende a 18 milhões de famílias com um benefício mensal uniforme de R$ 400.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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