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O Banco Central (BC) reviu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, passando de 2,1% para 1,9%. Uma nova projeção foi divulgada no Relatório de Política Monetária desta quinta-feira (27).
Essa previsão vai na contramão da previsão feita há alguns dias pelo ministério da Fazenda, que manteve a estimativa de crescimento de 2,3% para o PIB em 2025.
De acordo com o documento do Banco Central, a revisão para baixo do PIB se deve a quedas nas expectativas para os setores industriais e de serviços, refletindo resultados abaixo do esperado no último trimestre e uma perspectiva de desaceleração mais intensa ao longo do ano. Essa redução foi parcialmente compensada por uma melhoria na projeção para o setor agropecuário.
A autoridade financeira prevê um desempenho mais forte da economia no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pelo reajuste do salário mínimo, pela liberação de recursos adicionais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e pela expectativa de uma safra recorde de soja, cuja colheita ocorre majoritariamente no início do ano.
Os novos números do BC para o crescimento do PIB em 2025 indicam o seguinte cenário para os principais assuntos:
- Agropecuária : crescimento revisado de 4% para 6,5%;
- Indústria : redução de 2,4% para 2,2%;
- Serviços : queda de 1,9% para 1,5%.
Caso a projeção se confirme, o crescimento da economia brasileira em 2025 será inferior ao registrado em 2024, quando o PIB avançou 3,4%.
O Banco Central atribuiu essa desaceleração ao impacto de uma política monetária mais restritiva, à diminuição do estímulo fiscal, ao esgotamento da capacidade produtiva ociosa e ao cenário global de crescimento mais moderado.
O relatório também destaca um aumento na incerteza em relação ao cenário econômico, considerando tanto fatores internos quanto externos. Segundo o BC, o ambiente econômico e político nos Estados Unidos, especialmente as indefinições em relação à política comercial do país, impactam o ritmo de desaceleração da economia global, da inflação e, consequentemente, as futuras decisões do Federal Reserve (Fed), que podem influenciar o crescimento de outras nações.
Além da redução na alta do PIB, o BC revisou o crescimento do crédito
A projeção de crescimento nominal do saldo de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) para 2025 também foi reduzida, passando de 9,6% para 7,7%. Esta revisão reflete a expectativa de crescimento econômico mais lento e de um ambiente de maior restrição monetária.
O relatório aponta que as revisões foram motivadas por um cenário de juros mais elevados, menor dinamismo econômico, pressões do mercado de trabalho e altos níveis de individualização e comprometimento da renda, além de condições mais rígidas para concessão de crédito.
As novas estimativas para o crescimento do crédito são:
- Crédito livre : redução de 10% para 8,5% para pessoas físicas e de 9% para 7% para empresas;
- Crédito direcionado : queda de 10% para 7,5% para pessoas físicas e de 9% para 7,5% para empresas.
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