As bolsas mundiais seguem operando no vermelho, nesta sexta-feira (4), ampliando as perdas da véspera, com os investidores repercutindo o plano de tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atinge dezenas de países, incluindo o Brasil.
Na véspera, os mercados globais derreteram diante do temor de que o “tarifaço” leve os EUA a uma recessão e os impactos disso sobre a economia global.
Enquanto monitoram as consequências do pacote, os agentes aguardam a divulgação do relatório mensal de empregos (payroll), um importante termômetro da economia estadunidense.
Também se preparam para acompanhar o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, e os sinais que ele poderá dar sobre o impacto das tarifas no futuro da política monetária conduzida pelo Fed.
No Brasil, o foco da agenda econômica desta sexta-feira será a divulgação do IGP-DI de março e a balança comercial do mês.
Brasil
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira, conseguiu driblar, na quinta-feira (3), o mau humor geral dos mercados globais após o “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O IBOV conseguiu fechar próximo da estabilidade, com leve baixa de 0,04%, aos 131.140,65 pontos.
Embora as ações ligadas às commodities tenham despencado, as ações de bancos e varejistas ajudaram a segurar o indicador.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6281, com recuo de 1,20% sobre o real — no menor nível em seis meses.
Europa
Assim como na véspera, as bolsas europeias seguem operando no vermelho, diante dos temores dos impactos econômicos globais gerados pelo “tarifaço” de Donald Trump.
A União Europeia afirmou na quinta-feira que adotará medidas retaliatórias contra os Estados Unidos caso as negociações não avancem.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que as empresas do país suspendam os investimentos planejados em solo americano. Já o ministro interino da Economia da Alemanha, Robert Habeck, declarou que Trump “cederia à pressão” se a Europa apresentar uma resposta unificada.
STOXX 600: -1,64%
DAX (Alemanha): -1,74%
FTSE 100 (Reino Unido): -1,25%
CAC 40 (França): -1,27%
FTSE MIB (Itália): -3,17%
Estados Unidos
Após o derretimento da véspera, principalmente das ações de tecnologia, os índices futuros seguem no campo negativo hoje. Diante da reação negativa geral, Trump sinalizou abertura para negociações comerciais com os países atingidos pelas medidas.
Dow Jones Futuro: -0,79%
S&P 500 Futuro: -0,51%
Nasdaq Futuro: -0,17%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam no vermelho, com destaque para o índice Nikkei, do Japão, que derreteu 2,75%.
Os mercados de Hong Kong e da China estão fechados devido ao Festival Qingming.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): -2,75%
Hang Seng Index (Hong Kong): fechado por feriado
Kospi (Coreia do Sul): -0,86%
ASX 200 (Austrália): -2,44%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em forte queda e caminham para registrar da pior semana em meses devido às novas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, alimentando preocupações sobre uma guerra comercial global que poderia pesar na demanda por petróleo.
Petróleo WTI, -2,82%, a US$ 65,06 o barril
Petróleo Brent, -2,77%, a US$ 68,20 o barril
Agenda
Nos EUA, o destaque é a divulgação do relatório payroll de março.
Por aqui, no Brasil, o presidente Lula assinou um decreto antecipando o 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, com pagamentos em abril e maio. A medida foi solicitada pelo Ministério da Previdência. A primeira parcela será paga entre 24 de abril e 8 de maio, e a segunda, entre 26 de maio e 6 de junho, conforme o número final do benefício. Para quem recebe acima de um salário mínimo, os repasses ocorrem de 2 de maio a 8 de maio, e de 2 a 6 de junho.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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