A maior parte das bolsas globais amanhecem mais uma vez em movimento de baixa, nesta quarta-feira (9), repercutindo a entrada em vigor das tarifas de 104% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos importados da China. Além disso, os agentes aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense).
Na véspera, Trump engrossou o tom contra a China, depois que o governo chinês anunciou medidas retaliatórias contra produtos importados dos Estados Unidos.
As novas tarifas de importação anunciadas por Trump afetam quase 60 parceiros comerciais com taxas adicionais entre 11% e 50%, com exceção da China, cujos produtos agora pagam uma tarifa de 104%.
A medida mantém vivos os temores de recessão e abala uma ordem comercial global consolidada há décadas.
A escalada da guerra comercial gerou críticas de investidores, como Bill Ackman, e levou economistas do JPMorgan e do Goldman Sachs a revisarem para cima a probabilidade de uma recessão nos EUA. O cenário também tende a dificultar a resposta do Federal Reserve no combate à inflação.
No Brasil, a agenda econômica traz a divulgação dos juros e do spread bancário referentes a fevereiro, os dados de vendas no varejo e os preços ao produtor.
Brasil
A guerra comercial encabeçada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua gerando efeitos no mercado financeiro global. Pelo segundo dia seguido, na terça-feira (8), o Ibovespa levou um tombo, depois de ter começado em tom positivo nas primeiras horas do pregão.
O Ibovespa fechou o dia com queda de 1,32%, bem próximo do patamar da véspera, aos 123.931,89 pontos, depois que Trump deu um cavalo de pau ao elevar as tarifas contra a China a 104% a partir desta quarta-feira (9). De seu lado, o governo chinês reafirmou que não vai recuar.
A postura beligerante de Trump trouxe mais aversão ao risco no exterior. Além do Ibovespa, as bolsas internacionais fecharam em queda generalizada e o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,9979, com avanço de 1,48% sobre o real.
Pesaram sobre o desempenho do IBOV as ações atreladas às commodities, que vêm se ressentindo com o avanço da guerra comercial.
Europa
As bolsas europeias abriram no campo negativo, depois de fecharem em baixa na véspera, pressionadas pelo início da vigência das tarifas específicas dos EUA, enquanto os mercados tentam sustentar o otimismo da sessão anterior.
STOXX 600: -3,13%
DAX (Alemanha): -3,00%
FTSE 100 (Reino Unido): -2,75%
CAC 40 (França): -2,76%
FTSE MIB (Itália): -2,88%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos amanhecem majoritariamente em baixa, exceto o Nasdaq Futuro, com os investidores repercutindo a entrada em vigor das chamadas “tarifas recíprocas” de Donald Trump e com os investidores à espera da ata da última reunião do Federal Reserve.
Dow Jones Futuro: -0,58%
S&P 500 Futuro: -0,30%
Nasdaq Futuro: +0,12%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam mistas, refletindo a entrada em vigor das tarifas específicas por país impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Shanghai SE (China), +1,31%
Nikkei (Japão): -3,93%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,68%
Kospi (Coreia do Sul): -1,74%
ASX 200 (Austrália): -1,80%
Petróleo
Os preços do petróleo caíram para o menor nível em mais de quatro anos no início do pregão desta quarta devido às preocupações com a demanda, alimentadas por uma guerra tarifária crescente entre os EUA e a China, as duas maiores economias do mundo, e uma perspectiva de aumento da oferta.
Petróleo WTI, -3,56%, a US$ 57,46 o barril
Petróleo Brent, -3,37%, a US$ 60,67 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, o destaque é a divulgação da ata do Fomc.
Por aqui, no Brasil, uma pesquisa Genial/Quaest revela que 43% dos brasileiros afirmam que não gostam ou têm opinião negativa sobre Donald Trump, enquanto apenas 22% avaliam positivamente o presidente dos EUA. Outros 23% o consideram regular e 12% não souberam opinar. A rejeição é maior entre mulheres (47%), pretos (53%) e eleitores de Lula (61%). Já entre os homens, a desaprovação cai para 38% e, entre evangélicos, para 36%. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31 de março, com margem de erro de 2 pontos percentuais.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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