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Super Quarta: Brasil e EUA divulgam decisão sobre taxa de juros hoje (20)

Expectativa praticamente unânime do mercado é que o Copom mantenha o ritmo de corte da taxa de juros em 0,5 ponto percentual, reduzindo a Selic para 12,75% ao ano
20/09/2023 | 12h26

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a decisão da taxa de juros brasileira, a Selic, nesta quarta-feira (20), após o fechamento do mercado. No mesmo dia, o Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed), responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos, apresenta sua decisão. As atenções voltam-se para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que explica a decisão do Fomc às15h30, e também para o comunicado que o Copom deve soltar.

A expectativa praticamente unânime do mercado é de que o Copom mantenha o ritmo de corte de juros em 0,5 ponto percentual (p.p.), reduzindo a Selic para 12,75% ao ano. A decisão já vinha sendo precificada após o Copom indicar, na reunião passada, que manteria a mesma magnitude de cortes.

Essa sinalização, no entanto, ocorreu antes do cenário da inflação do país mudar. De janeiro a junho, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma desaceleração, abrindo espaço para uma política monetária mais flexível do BC. De julho em diante, o IPCA voltou a subir e, em agosto, já acumulava 4,61% nos últimos 12 meses – o que, em tese, poderia fazer o BC reduzir o ritmo da queda da Selic.

Mauricio Weiss, economista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirmou que esse não é o caso da inflação do Brasil hoje. Ele reconhece que o índice cresceu nos últimos meses, mas está controlado. Para Weiss, não há motivos que justifiquem um corte menor que 0,5 ponto da Selic neste mês.

“Primeiro porque a taxa de juros ainda está em um patamar muito alto, a taxa de juros real [juros menos a inflação] mais alta do mundo”, argumentou. “Depois, porque esse aumento da inflação já era esperado, levando em conta os reajustes da Petrobras, por exemplo.”

O economista Miguel de Oliveira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), também não crê que a alta recente da inflação vá reduzir o ritmo de cortes de Selic. Ele ressalta, porém, que a taxa poderia cair ainda mais se não fossem os aumentos de preços recentes.

“Se a inflação tivesse vindo mais baixa, isso poderia pressionar o Banco Central para reduzir num percentual maior do que 0,5 esperado. Talvez, 0,75 ponto percentual”, afirmou.

Economistas de bancos ouvidos pelo BC na semana passada esperam que a taxa Selic seja mesmo cortada em 0,5 ponto percentual neste mês. A previsão está registrada na última edição do Boletim Focus, divulgada na segunda-feira (18).

Esses mesmos economistas apostam num novo corte de 0,5 ponto em novembro e outro do mesmo tamanho em dezembro. Desta forma, a taxa básica de economia nacional terminaria o ano em 11,75% ao ano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já afirmou que vê espaço para que a Selic seja reduzida para cerca de 10% ao ano. Os economistas ouvidos semanalmente pelo BC estimam que ela esteja em 9% ao ano no final do ano que vem.

Nos Estados Unidos, a expectativa é de manutenção da taxa de juros no patamar atual

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Crédito: Envato

Nos Estados Unidos, a expectativa é de manutenção da taxa de juros no patamar atual, no intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano.  Segundo o monitor do CME Group, 99% das projeções apontam nessa direção. Fica em aberto a posição do Fomc na reunião seguinte, em novembro, que pode trazer mais uma alta de juros. As atenções vão ficar com o comunicado e com o discurso de Powell na sequência da decisão.

No relatório do JP Morgan, a avaliação é de que o comunicado do Federal Reserve deve deixar intacto o viés de favorável a juros mais alto, presente desde a reunião de maio. Analistas do banco acreditam que a mediana para este ano deve apontar mais uma alta remanescente, embora existam chances de que não ocorra a necessidade de uma nova elevação [dos juros], consta no relatório, mencionado na reportagem do site Exame Invest.

Após seguidos recordes de inflação no ano passado, a alta de preços está desacelerando. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho segue aquecido, e a renda do trabalho dos americanos finalmente tem registrado ganhos reais.

O mercado se questiona se haverá de fato uma nova alta da taxa neste ano, em 0,25 p.p., ou se Powell vai indicar que deve mantê-la no nível atual por longo período ou se vê margem para um corte no ano que vem.

Redação ICL Economia

Com informações do site Exame Invest e do Brasil de Fato

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