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Brasil fecha acordo comercial com a Argentina para financiar US$ 600 mi em exportações para o país vizinho

Ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, esteve reunido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, ontem (28). 
29/08/2023 | 15h06

O Brasil e a Argentina assinaram um acordo comercial pelo qual o governo brasileiro vai financiar exportações para o país vizinho no valor de US$ 600 milhões. A informação foi dada ontem (28) pelo ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, que esteve reunido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.

A Argentina é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil e esse acordo já vinha sendo costurado entre os dois países, principalmente pelo fato de o país vizinho enfrentar grave crise financeira e escassez de dólares, o que dificulta a compra dos produtos brasileiros, especialmente do setor de peças automotivas que são utilizadas como insumos para a fabricação de veículos posteriormente exportados ao próprio mercado brasileiro.

Massa explicou que os recursos para financiar as exportações serão provenientes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco do Brasil e Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).

“A cada US$ 600 milhões que importa a Argentina do Brasil, são US$ 600 milhões que voltam da Argentina ao Brasil, em matéria automotiva, pela integração e sinergia que têm nossas indústrias de automóveis”, detalhou o ministro de finanças argentino, em declaração a jornalistas no Palácio do Planalto.

Segundo Haddad, a ideia é que, quando o exportador brasileiro vender para a Argentina, ele será pago pelo BB, que receberá a garantia do CAF.

“O Banco do Brasil vai garantir as exportações brasileiras, o CAF vai garantir o Banco do Brasil. Como disse o ministro, quando você exporta autopeças para a Argentina, você garante divisas para a Argentina. Foi uma maneira que o CAF encontrou para restabelecer o fluxo comercial sem a Argentina abrir mão de reservas em yuan”, afirmou Haddad.

O CAF, segundo os ministros, deu aval para a ideia da operação. Os países vão se reunir em 14 de setembro com a instituição para providenciar os documentos.

Proposta de pagamento de acordo comercial em yuan, proposta por Haddad, será descartada por ora

Na semana passada, Fernando Haddad fez uma proposta, durante a Cúpula do Brics, para que a Argentina pagasse as importações ao Brasil em moeda da China, o yuan, que depois seria convertida em real numa operação feita pelo Banco do Brasil no mercado de câmbio de Londres.

Mas, diante do acordo fechado envolvendo o BB e o CAF, a proposta de compra em yuans fica descartada, ao menos por enquanto. Além disso, o valor garantido nessa proposta era de R$ 140 milhões, bem inferior ao acordo em estudo pela CAF.

“De sexta-feira [25] para cá, o CAF entrou como uma superadora dessa possibilidade [garantia em yuans], em virtude de uma vantagem para a Argentina. Quando a Argentina dispõe de reservas em yuan, para garantir exportações brasileiras, oficialmente as reservas da Argentina diminuem. E, com apoio do CAF, a Argentina não precisa abrir mão das reservas para garantir as exportações”, explicou Haddad.

A resposta final do banco de desenvolvimento latino-americano deve ser dada em setembro. “O Banco do Brasil vai garantir as exportações das empresas brasileiras, e o CAF vai entrar com uma contragarantia para o Banco do Brasil. Existe a possibilidade, inclusive, da gente nem precisar acionar o fundo garantidor das exportações brasileiras, que é do Tesouro Nacional, junto à Proex [Programa de Financiamento e Garantia às Exportações]”, acrescentou o ministro brasileiro.

Sergio Massa também anunciou que Brasil e Argentina vão retomar o acordo bilateral de transporte marítimo. Entre outras atividades, o pacto estipula que a movimentação de mercadorias entre portos dos dois países deve ser feita, de preferência, em navios registrados em uma destas nações, assegurando uma reserva de mercado para impulsionar a Marinha Mercante dos países. O acordo havia sido interrompido em 2021, por decisão do então governo brasileiro.

Redação ICL Economia
Com informações do G1

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