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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu ontem (8) os lucros bilionários dos bancos, dizendo que contribuem para ampliar a eficiência do país. Segundo o mandatário da autoridade monetária, as instituições financeiras têm papel relevante no desenvolvimento da economia.

“Ter uma mentalidade de que o lucro dos bancos é ruim não é o que vai nos levar à eficiência”, afirmou em evento sobre cinco anos do Cadastro Positivo, em São Paulo.

Na ocasião, o presidente do BC disse a atividade lucrativa dos gera mais capital, viabilizando uma ampliação dos empréstimos e, com isso, o país cresce mais.

Só para citar alguns, no segundo trimestre do ano, o lucro do Itaú Unibanco avançou 15,2%, em relação ao mesmo período de 2023, para R$ 10,1 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a alta foi menor, de 3,1%. Por sua vez, o do Bradesco foi de R$ 4,716 bilhões no período, alta de 12% na comparação com trimestre anterior e de 4,4% na base anual.

No ano passado, o lucro dos bancos subiu 5% em 2023, para R$ 145 bilhões, e bateu novo recorde histórico, de acordo com o Relatório de Economia Bancária do Banco Central. O aumento do lucro líquido das instituições coincidiu com taxa básica de juros, a Selic, que permaneceu em um de seus maiores patamares históricos no ano passado, em 13,75% ao ano até meados junho de 2023. Atualmente, a Selic está em 10,50% ao ano.

Vale lembrar que os bancos faturam muito cobrando juros altos de seus clientes. A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo teve alta de 7,1 pontos percentuais para as famílias, passando de 422,4% ao ano, em maio, para 429,5% ao ano em junho deste ano. Essa é a modalidade mais cara do mercado.

Já os juros do crédito livre às famílias fechou junho em 87,8% o ano, enquanto o do cheque especial subiu para 135% ao ano.

Durante o evento em São Paulo, Campos Neto ainda disse que as carteiras de crédito devem evoluir ainda mais à medida que sejam reduzidos os spreads, que é a diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa final de concessão de crédito aos clientes.

Na apresentação, ele disse ter ficado muito feliz em ver o mercado de crédito voltar a crescer “depois de tantos sobressaltos”, ressaltando que se observa uma “normalização” dos spreads.

Dados do BC mostram que as concessões de empréstimos no Brasil avançaram 2,4% em junho na comparação com o mês anterior, enquanto o spread bancário nos recursos livremente negociados entre bancos e clientes caiu de 29,0 pontos percentuais em maio para 28,3 pontos em junho.

Ao contrário de Campos Neto, que elogia, Eduardo Moreira lembra que os bancos são os maiores vilões do país

O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta) Eduardo Moreira, que já trabalhou por mais de duas décadas em mesas de operações de bancos, é crítico do papel das instituições financeiras na economia. Para ele, os bancos são os maiores vilões do país.

Em suas críticas, Moreira destaca que, durante a pandemia, os banqueiros receberam ajuda governamental enquanto muitas pessoas lutavam contra a pobreza, o desemprego e a fome.

Ele também critica os bancos por tirarem vantagem de mutuários vulneráveis, utilizando agências de cobrança e sistemas de crédito preditivos para recuperar dívidas. Moreira comparou então o desempenho financeiro dos quatro maiores bancos do Brasil com o das principais cidades do país, mostrando que os bancos geram lucros significativos mesmo em tempos de crise.

Na avaliação dele, os bancos são improdutivos, pois servem apenas como caminho para o dinheiro se deslocar de um lugar para outro, tirando bilhões de reais das indústrias produtivas e entregando-os a quem não é produtivo.

Além disso, argumenta que os bancos têm enganado o público e escondido a verdade sobre as suas atividades, embolsando muitos dólares em lucros sem pagar a sua parte justa de impostos e negando empréstimos a pequenos empresários e agricultores.

Ele acredita que a nacionalização dos bancos e a sua devolução ao povo é a única solução para este problema, pois eliminaria a influência do setor bancário sobre os decisores políticos e promoveria uma distribuição mais equitativa da riqueza.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

 

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