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CEO do Carrefour planeja retratação a produtores brasileiros após veto a carne do Mercosul

Embaixador da França no Brasil foi ao Ministério da Agricultura intermediar crise com agronegócio
26/11/2024 | 07h42

 

O Carrefour vai fazer uma retratação pública sobre a carne brasileira em carta assinada pelo CEO global da varejista francesa, Alexandre Bompard. A carta será entregue ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, segundo informam os jornais Estadão e Folha de S.Paulo.

Representantes da Embaixada da França no Brasil avisaram ao Ministério da Agricultura sobre a carta, que já teria sido redigida. A data de entrega do documento depende de acerto de agenda do ministro.

Na quarta-feira (20), o CEO do Carrefour avisou, pelas redes sociais, que as lojas francesas da empresa não comprariam mais carne vinda do Mercosul. De acordo com o comunicado, a razão da decisão seria o “risco de inundar o mercado francês com uma produção de carne que não respeita suas exigências e normas”.

A Embaixada do Brasil em Paris também criticou o comunicado do CEO global do Carrefour. “Tal posição não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação sobre os produtos brasileiros.”

A declaração de Bompard foi considerada como um gesto aos agricultores franceses, que protestam contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. No Brasil, o comunicado provocou reação imediata, na forma de boicote de produtores de carne brasileiros, que deixaram de entregar carne para unidades do Carrefour no Brasil.

Vinte e três frigoríficos, incluindo grandes empresas como JBS, Marfrig e Masterboi, suspenderam o fornecimento de carne para as unidades do Carrefour no Brasil. O boicote dos produtores brasileiros teve apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Na segunda-feira (25), o embaixador francês, Emmanuel Lenain, foi à sede do Ministério em Brasília para reunir-se com o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua. Lenain, além de apresentar a carta do CEO do Carrefour, se propôs a intercecedre na crise entre o agronegócio brasileiro e a França.

O Carrefour Brasil afirmou que não houve mudanças na operação local e lamentou os impactos do boicote nos consumidores. “A suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, afirma nota divulgada pela empresa.

Além de líder no varejo alimentar no Brasil, a filial do Carrefour no país é a segunda maior operação do grupo francês no mundo — a primeira é a França. Os acionistas do Carrefour no Brasil demonstraram preocupação com os reflexos da crise entre a rede varejista e o governo brasileiro.

 

 

 

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