A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, minimizou a polêmica sobre a política de distribuição de dividendos da estatal. “Se o caixa for suficiente [para o investimento do plano], a gente não empilha dinheiro. Não há mérito nenhum em empilhar dinheiro”, disse ontem (4) em entrevista ao CNN Money.
Ela explicou que o tema segue os seguintes pilares: existência de lucro, partilha prevista em estatuto, plano estratégico e caixa.
“Está no nosso estatuto que nós temos que distribuir 45% [do lucro]. Isso não pode ter dúvida. Sobre os extraordinários, por enquanto, a gente não tem maiores expectativas”, afirmou.
Contudo, ela disse que a distribuição de dividendos extraordinários é racional, baseada na seguinte lógica: primeiro, leva-se em conta o novo plano estratégico para o período entre 2025 e 2029, que será divulgado nos próximos dias; depois, deve-se observar os indicadores financeiros conhecidos dos investidores.
“O que for lucro, o que for fluxo de caixa livre, o que tiver dentro dos 45% e o que a gente não precisar reter para garantir nossos investimentos, serão distribuídos”, afirmou. “Pesa na decisão os interesses dos nossos acionistas como um todo, sejam eles governamentais ou privados”, completou.
Enquanto o mundo clama pelo fim da exploração de combustível fóssil, Chambriard é defensora da exploração de petróleo na região conhecida como Foz do Amazonas, que é rica em biodiversidade. A direção do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) pediu mais esclarecimentos sobre estudos de impacto da exploração para a petroleira. Técnicos do órgão já se posicionaram contrariamente ao plano apresentado pela Petrobras.
Presidente da Petrobras nega pressão do governo por dividendos
O governo é o maior acionista da Petrobras, mas a executiva negou que haja pressão da equipe econômica para que a estatal pague dividendos para melhorar o caixa do Tesouro Nacional. “O ministro Fernando Haddad [Fazenda], verdade seja dita, nunca me ligou pra isso não”, afirmou.
A respeito da dívida da empresa, que fez a estatal realizar um longevo plano de desinvestimentos em áreas estratégicas, como transição energética, Chambriard classificou a dívida da companhia como “praticamente irrisória”.
“Quando a gente fala de dívida, a gente está falando de uma dívida muito pequenininha, muito menor do que a de qualquer outra empresa”, disse.
Segundo ela, os principais compromissos financeiros da companhia são pagamentos aos donos das instalações usadas pela estatal, como embarcações e plataformas, que geram “receita estrondosa”. “Então, não considero isso dívida”, afirmou.
Redação ICL Economia
Com informações da CNN
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