ICL Notícias
Economia

Em meio à guerra comercial, China provoca Trump com vídeo de Reagan criticando tarifas

No vídeo publicado pela embaixada chinesa, Reagan critica a defesa de tarifas como medida patriótica para proteger empregos
08/04/2025 | 09h38
carregando áudio...
00:00 / 00:00
1x

Em meio à escalada global da guerra tarifária, a Embaixada da China nos Estados Unidos publicou um vídeo de 1987, em seu perfil oficial na rede social X (antigo Twitter), na segunda-feira (7), em que o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan critica a imposição de tarifas sobre importações. Assim como o atual presidente, Donald Trump, Reagan era do Partido Republicano.

O trecho publicado faz parte de um pronunciamento de Reagan no rádio. Na época, os EUA haviam imposto tarifas a produtos japoneses, alegando que o Japão descumpria um acordo comercial sobre semicondutores.

Trump ameaçou na véspera aumentar as tarifas sobre produtos chineses em mais 50% se Pequim insistir em sua contraofensiva aduaneira.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% sobre seus já prolongados abusos comerciais” até 8 de abril, “os Estados Unidos vão impor tarifas ADICIONAIS à China de 50%, a partir de 9 de abril”, alertou Trump em sua plataforma, Truth Social.

Pequim adiantou que vai combater as tarifas americanas “até o fim” e tomar “providências” contra Washington. Antes, o republicano acusou a China de ignorar sua advertência “de não adotar represálias”.

Desde que retornou à Casa Branca, Trump impôs uma tarifa adicional de 20% sobre as importações chinesas por supostamente tolerar o tráfico de substâncias usadas para fabricar fentanil. Essa taxa vai aumentar para 54% a partir de 9 de abril, com os 34% adicionais anunciados na semana passada.

Como uma espécie de lembrete a Trump, a Embaixada da China nos EUA compartilhou na rede social X o discurso de Reagan. O republicano governou os Estados Unidos entre 1981 e 1989 e morreu em 2004.

China postou Reagan criticando a implementação de tarifas como medida patriótica para proteger empregos

No vídeo publicado pela embaixada chinesa, Reagan critica a defesa de tarifas como medida patriótica para proteger empregos. Por outro lado, admite que pode haver efeitos positivos a curto prazo, embora eles não se sustentem no longo prazo.

“Primeiro, as indústrias locais começam a depender da proteção do governo por meio de tarifas elevadas. Elas deixam de competir e param de fazer as mudanças gerenciais e tecnológicas necessárias para ter sucesso nos mercados globais”, afirma.

“E, enquanto tudo isso acontece, algo ainda pior ocorre. Tarifas altas inevitavelmente levam à retaliação de outros países e ao desencadeamento de intensas guerras comerciais”, continua (clique aqui para ver a íntegra do vídeo).

Reagan diz ainda que “o resultado são tarifas cada vez maiores, barreiras comerciais mais altas e menos concorrência”. “Assim, em pouco tempo, devido aos preços artificialmente elevados por tarifas que subsidiam a ineficiência e a má gestão, as pessoas param de comprar”, lembra.

Ele conclui afirmando que, no longo prazo, tarifas contra importados resultam em colapsos de mercados, falências de empresas e milhões de empregos perdidos.

Na ocasião, Reagan abriu negociações com o governo chinês, a exemplo do que Trump vem fazendo agora. O Japão é o primeiro país com que o norte-americano abriu oficialmente negociações em torno das tarifas.

 

Relacionados

Carregar Comentários

Mais Lidas

Assine nosso boletim econômico
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.