O índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE caiu 2,8 pontos em janeiro para 89,3 pontos, menor nível desde dezembro 2023 (88,9 pontos). Em médias móveis trimestrais houve queda de 0,2 ponto, para 91,2 pontos.
“ A confiança do comércio inicia 2025 com sinal de alerta. A nova queda do índice, influenciada pelos indicadores sobre o momento presente indica uma piora na percepção dos empresários sobre a demanda. O indicador de expectativas, apesar da estabilidade no mês, já vinha em queda, sugerindo que o início desse ano tende a ser diferente do observado em 2024, com desaceleração da atividade. O cenário de incerteza, especialmente associado ao câmbio, juros e política fiscal, limita as expectativas dos varejistas”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Em janeiro, a queda da confiança ocorreu em três dos seis principais segmentos do setor e influenciada quase que exclusivamente pelas avaliações sobre o momento atual. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 5,2 pontos, para 90,8 pontos, menor nível desde janeiro de 2024 (89,7 pontos). As avaliações sobre a situação atual dos negócios variaram negativamente em 5,9 pontos, para 91,2 pontos, menor nível desde outubro de 2023 (91,1 pontos). No mesmo sentido, o indicador que avalia o volume de demanda atual recuou 4,4 pontos, para 90,6 pontos, menor nível desde janeiro de 2024 (88,1 pontos).
O Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 0,2 ponto, para 88,3 pontos, com os quesitos que o compõem apresentando resultados distintos: o indicador que mede as perspectivas de vendas nos próximos três meses subiu 1,9 ponto, para 90,3 pontos, em sua terceira alta consecutiva, enquanto o que avalia as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou em 2,2 pontos, para 86,7 pontos, menor nível desde novembro de 2023 (85,5 pontos).
Confiança de Serviços registra queda de 2,5 pontos em janeiro
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) do FGV IBRE caiu 2,5 pontos em janeiro, para 91,8 pontos, a terceira queda seguida. Na média móvel trimestral, o índice recuou 1,3 ponto.
O primeiro resultado do ano aponta para uma piora da confiança de serviços, refletido pela retração tanto na situação presente quanto nas expectativas futuras. Indício de pessimismo para o setor, com avaliação de piora na demanda dos próximos meses de forma disseminada entre os segmentos. Por outro lado, a percepção sobre a situação atual melhora em algumas atividades, como nos serviços prestados às famílias, que ainda registraram alta de confiança no mês. O cenário macroeconômico de bons resultados em termos de emprego e renda é um fator positivo, mas o alto patamar de taxa de juros e elevada incerteza podem conter a demanda por serviços durante o ano”, avaliou Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
A confiança recuou em janeiro devido à queda de 2,6 pontos tanto no Índice de Situação Atual (ISA-S) quanto no Índice de Expectativas (IE-S), e foram para 94,7 e 89,0 pontos, respectivamente.
Os dois componentes do ISA-CST variaram no mesmo sentido: o indicador de situação atual dos negócios caiu 2,1 pontos, para 94,9 pontos, enquanto o indicador de volume de demanda atual cedeu 3,0 pontos, para 94,5 pontos. Já os componentes do IE-CST, o indicador de demanda prevista nos próximos três meses retrocedeu 2,4 pontos, para 89,9 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses retraiu 2,8 pontos, para 88,1 pontos.
Do Portal FGV IBRE