O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (26) que pediu para que o Ministério das Cidades elabore um programa federal para a construção de banheiros para os mais de 4 milhões de brasileiros que não contam com um em suas casas, segundo dados do Instituto Trata Brasil.
“Banheiro é coisa simples e como é que pode ter 4 milhões de pessoas que não tem banheiro? Falei parao Jader: ‘pode preparar o programa porque nós vamos fazer os banheiros que as pessoas precisam’.”
Ele ainda mandou um recado ao Ministério da Fazenda: “Depois não venha a Fazenda dizer: ‘isso é gasto’. Não venha dizer porque isso não é gasto. Isso é decência, isso é respeito”.
Lula fez essa fala na semana em que deve ser anunciado o pacote de corte de gastos, depois de grande pressão do mercado financeiro.
As declarações de Lula foram feitas durante evento do setor da construção civil. O presidente também disse que não vai faltar crédito para a ampliação de investimentos por parte da indústria.
Construção de banheiros deve beneficiar mais regiões Norte e Nordeste
Os estados do Nordeste, Maranhão, Bahia e Piauí apresentaram as maiores concentrações de moradias sem banheiro, segundo estudo do Trata Brasil. Na região, cerca de 4 a cada 100 moradias ainda não tinham banheiro de uso exclusivo. Em termos populacionais, o Nordeste concentrou 60,8% das pessoas impactadas, somando 2,68 milhões de habitantes. No Maranhão, 13 a cada 100 pessoas viviam sem banheiro de uso exclusivo, um dos índices mais alarmantes da região.
Já no Norte, cerca de 7 a cada 100 moradias não tinham banheiro em 2022, com os estados do Pará e Amazonas entre os destaques negativos. Ao analisar pela população, 1,531 milhão de pessoas viviam sem banheiro, representando 34,7% do total nacional. O pior índice foi observado no Acre, estado em que aproximadamente 13 a cada 100 pessoas viviam em residências sem equipamento sanitário.
Além disso, o estudo identificou que 60,7% da população morando em habitações sem banheiro estavam abaixo da linha de pobreza em 2022. Isso significa que 8 a cada 100 pessoas em situação de pobreza tinham privação de banheiro, o que reforça a relação direta entre saneamento e desigualdade social.
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