ICL Notícias
Economia

Contas públicas registram déficit de R$ 63,9 bilhões; dívida pública tem leve avanço para 76,8% do PIB

No acumulado do ano (janeiro a maio de 2024), as contas públicas registraram déficit de R$ 2,6 bilhões, ou 0,06% do PIB.
28/06/2024 | 14h07

As contas públicas, que englobam governo federal, estados e municípios, e empresas públicas, registraram déficit primário (receitas menores que as despesas) de R$ 63,9 bilhões em maio deste ano, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta manhã de sexta-feira (28).

O resultado negativo de maio somou 6,6% do PIB (Produto Interno Bruto), conceito considerado mais adequado para a comparação histórica.

Trata-se do pior resultado para o mês de maio desde 2020, quando o déficit somou 22,8% do PIB, em meio ao aumento de gastos com a pandemia da Covid-19.

Esse também foi o segundo pior resultado da história para maio. A série do BC começa em dezembro de 2001.

O déficit ficou assim distribuído:

  • O governo federal registrou déficit de R$ 60,8 bilhões em maio;
  • Estados e municípios tiveram saldo deficitário de R$ 1,08 bilhão; e
  • Empresas estatais apresentaram saldo negativo de R$ 2,04 bilhões.

No acumulado do ano (janeiro a maio de 2024), as contas públicas registraram déficit de R$ 2,6 bilhões, ou 0,06% do PIB, contra um resultado positivo de R$ 28,5 bilhões (0,65% do PIB) no mesmo período do ano passado.

Para 2024, a meta fiscal, fixada pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), é de déficit de até R$ 13,31 bilhões para as contas do setor público consolidado.

A meta é zerar o déficit para as contas do governo federal, mas há um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual previsto no arcabouço fiscal (regra fiscal que busca evitar o aumento de despesas em detrimento das receitas).

Essa variação abre uma janela de até R$ 28,75 bilhões, para cima ou para baixo, em relação à meta estipulada.

Isso significa que o setor público pode apresentar um resultado negativo de até R$ 42,07 bilhões sem que a meta seja formalmente descumprida.

Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 1,06 trilhão nas contas do setor público em em doze meses até maio – o equivalente a 9,6% do PIB.

Contas públicas: dívida do setor público consolidado tem alta de 0,5 ponto percentual

A dívida do setor público consolidado registrou leve alta de 0,5 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto) no último mês, passando de 76,3% do PIB, em abril deste ano, para 76,8% do PIB em maio – o equivalente a R$ 8,5 trilhões.

O atual patamar é o mais alto desde fevereiro de 2022 – quando somou 76,9% do PIB.

De acordo com o BC, o crescimento da dívida em maio está relacionado com as despesas com juros, com emissões de títulos da dívida pública e com a redução do PIB nominal.

A dívida surge e aumenta quando os gastos são maiores que as receitas. Isso faz com que o governo seja financiado por seus credores (pessoas físicas, empresas, bancos etc.), dando origem à dívida pública. E o Brasil paga caro por esse financiamento.

Lembrando que a taxa básica de juros, a Selic, impacta as contas do setor público. Em agosto de 2023, a Selic estava em 13,75%, quando iniciou trajetória de queda.

Em 19 de junho, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central interrompeu o ciclo de cortes da Selic, sob a justificativa do cenário internacional, pressões inflacionárias e risco fiscal. Atualmente, a taxa está no patamar de 10,50% ao ano. A ata da reunião do colegiado indica que o indicador deve permanecer assim até 2025;

Pelos cálculos do governo, a dívida avançará até 79,7% do PIB em 2027 (cenário base), mas há possibilidade de que atinja 90,1% do PIB em 2028. Os números estão na proposta de LDO de 2025.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias 

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail