O dólar à vista opera com volatilidade, nesta quinta-feira (26), mas, perto das 12h40, a moeda norte-americana operava com baixa de 0,59%, cotada a R$ 6,15. Neste pós-feriado de Natal, quando muitos mercados estarão fechados, o dia será de baixa liquidez e mais escassez de dólares por conta dos fluxos de saída de fim de ano.
Nesta manhã, o Banco Central realizaria um novo leilão de US$ 3 bilhões de dólares para intervir na cotação da moeda, que vem registrando picos de altas nos últimos dias devido ao cenário externo e um movimento especulativo no mercado interno também.
Mais cedo, por volta das 11h10, o dólar comercial era negociado com alta de 0,36%, cotado a R$ 6,1760, embora mais cedo tenha encostado na máxima de R$ 6,1974. Já o euro comercial avançava 0,37%, a R$ 6,4220. No exterior, o índice DXY avançava 0,02%, aos 108,218 pontos.
Neste ano, o BC vendeu um montante total de US$ 33,3 bilhões (o valor não inclui os US$ 3 bilhões previstos para hoje) em leilões de dólares realizados em 8 dias distintos de 2024. As informações são do Poder360.
De acordo com a reportagem, desse período, 5 pregões do dólar comercial terminaram em alta, 2 em queda e 1 em estabilidade, o que mostra que as intervenções do BC nem sempre surtem o efeito esperado.
Lembrando que, ao longo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o BC realizou 122 leilões, muito menos do que agora.
Em agosto de 2019, a autoridade monetária havia retomado a venda direta de dólares das reservas internacionais brasileiras ao mercado financeiro, algo que não ocorria havia dez anos. Até março de 2021, o BC havia vendido US$ 68,273 bilhões das reservas internacionais.
Na ocasião, a maior disponibilidade de moeda norte-americana não impediu a disparada do dólar. Para efeito de comparação, o dólar estava cotado em R$ 3,87 no fim de 2018 e subiu 45% até o fechamento de março de 2021, em R$ 5,62.
Dezembro concentra a maior parte dos leilões para conter alta do dólar
O grosso dos leilões de dólares feitos pelo BC ocorreu no mês de dezembro. Foram US$ 27,8 bilhões no mês, quando o dólar passou quase todos os dias acima de R$ 6
Em 19 de dezembro, a moeda norte-americana fechou com queda de 2,32%; no dia 20, a baixa foi de 0,81%. A data com estabilidade foi 17 de dezembro, quando apresentou um crescimento leve de só 0,02%.
O dia de leilão com o maior avanço foi em 16 de dezembro, próximo de 1%. Foi quando o Banco Central movimentou US$ 4,63 bilhões em operações no mercado de câmbio.
O Brasil registrou, no mês de dezembro, a maior saída de dólares já registrada desde 2008 para o período, ano em que teve início a série histórica do Banco Central. Entre os dias 2 e 19 de dezembro, um total de US$ 14,699 bilhões deixaram o país.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou esse movimento. “Entendemos que começou a ter uma saída maior, atípica, no fim do ano. A parte de dividendos [remessas de empresas ao exterior], você consegue ver que está acima da média. Mas o lucro foi maior também, o que aumenta o fluxo”, disse Campos Neto.
No entanto, ele disse que o Brasil tem reservas suficientes (por volta de US$ 350 bilhões) para realizar esses leilões sem comprometer o colchão de segurança do Brasil.
As duas modalidades de leilões feitas pelo BC são as seguintes:
- Mercado à vista: quando o dinheiro das reservas internacionais são colocados diretamente no mercado financeiro, em um total de US$ 22,3 bilhões; e
- Linha pós-fixado Selic: há venda imediata de dólares e um compromisso simultâneo de recompra futura. O rendimento da “devolução” é atrelada à taxa básica de juros (a Selic, que atualmente está em 12,25% ao ano), cuja soma é de US$ 11,0 bilhões em 2024.
A atuação do Banco Central no dólar durante o mês é a maior em volume desde a pandemia.
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