De alguma forma, os bons números da economia brasileira não estão sendo percebidos por boa parte dos brasileiros em seu dia a dia, e isso pode ser culpa da inflação de alimentos, que pesa mais no bolso dos mais pobres. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (1º de janeiro) aponta que, para 61% dos entrevistados, a trajetória econômica está no caminho errado. Por outro lado, 32% dos entrevistados avaliam que o rumo está correto, enquanto 6% não souberam responder.
Em relação à percepção da situação econômica nos últimos meses, 45% dos entrevistados disseram que ela piorou, 31% consideram que permaneceu como estava, e 22% acreditam que houve melhora.
Esse pessimismo da maioria ocorre em um momento em que o desemprego atingiu o menor patamar em 12 anos, com uma taxa de 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024, conforme mostrou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O PIB (Produto Interno Bruto) deve terminar 2024 com crescimento de 3,5%, muito além das projeções pessimistas da turma da Faria Lima.
Há dois pontos, no entanto, que podem influenciar esse resultado: os juros altos, que encarecem o crédito, e a inflação que deve fechar acima do teto da meta, puxada pelos alimentos. Mas é importante pontuar que os preços dos alimentos foram influenciados muito mais por questões climáticas, que são sazonais.
A pesquisa foi realizada com 2.002 entrevistas feitas entre os dias 12 a 13 de dezembro de 2024, em 113 municípios do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Otimismo sofre o futuro é o menor desde 2020, segundo Datafolha
O Datafolha aponta ainda que o otimismo do brasileiro em relação ao próximo ano caiu para o menor patamar desde 2020. Esta é a primeira vez entre cinco levantamentos feitos pelo instituto que menos da metade dos entrevistados (47%) acredita que a população terá uma situação melhor em 2025, enquanto 25% preveem uma piora. Já 25% acreditam que o cenário permanecerá igual, e apenas 3% dos entrevistados não souberam opinar.
Enquanto uma parte da imprensa e dentro do próprio governo do presidente Lula (PT) culpa a gestão da comunicação feita por Paulo Pimenta à frente da Secretaria de Comunicação, há analistas que apontam que, depois da pandemia de Covid-19, há uma percepção negativa geral das pessoas sobre suas vidas.
Ainda sobre o futuro da inflação, o Datafolha revelou que 67% dos participantes acreditam que a inflação deve aumentar em 2025. Outros 21% creem que a inflação permanecerá como está, e 9% esperam uma redução.
Desemprego
Sobre o desemprego, a maioria dos entrevistados (41%) acredita que ele deve aumentar em 2025, enquanto 33% acham que a taxa ficará estável e 24% esperam uma redução.
Além do IBGE, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego mostra que o Brasil abriu 106.625 vagas de emprego com carteira assinada em novembro, 12% a menos que no ano passado. A abertura de vagas foi concentrada nos setores de comércio e serviços. Apesar do recuo na comparação mensal, houve crescimento de 22% na criação de empregos nos últimos 12 meses.
A respeito do poder de compra, 39% acreditam que ele irá diminuir, 31% acham que permanecerá no mesmo nível, e apenas 27% esperam que aumente.
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