ICL Notícias
Economia

Abaixo do esperado, déficit do governo central chega a R$ 4,5 bi em novembro

Arrecadação no período chega a R$ 209 bi, melhor resultado em 13 anos
15/01/2025 | 16h10

As contas do governo central apontaram déficit primário de R$ 4,5 bilhões em novembro deste ano, resultado melhor que o esperado por analistas, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (15). No mesmo mês de 2023, o saldo havia sido negativo em R$ 38,071 bilhões, ou seja, queda de 88,1%.

A melhora significativa foi impulsionada por ganhos com concessões e dividendos. O resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, foi melhor que o esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters que apontava para um déficit de R$ 6,6 bilhões.

No período analisado, houve aumento real de 16,5% na receita líquida — que exclui transferências para governos regionais — e uma queda real de 6,3% das despesas totais em comparação com novembro de 2023.

O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Caso as receitas fiquem acima as despesas, o resultado é de superávit primário. Os valores não englobam os juros da dívida pública.

Arrecadação no período chega a R$ 209 bi, melhor resultado em 13 anos

No período, a arrecadação somou R$ 209 bilhões, o melhor resultado para o mês em 13 anos.

Os dados do Tesouro Nacional mostram que:

  • A receita líquida total somou R$ 167,78 bilhões em novembro, alta real de 22,2% ante novembro de 2023; e
  • A despesa total alcançou R$ 172,3 bilhões, queda real de 1,7%.

Os destaques dentre os gastos que aumentaram no mês foram:

  • Benefícios Previdenciários: R$ 73,1 bilhões (2,3%);
  • BPC (Benefício de Prestação Continuada): R$ 9,7 bilhões (13,9%); e
  • Créditos extraordinários: R$ 1,9 bilhão (314,3%).

Já os maiores impulsionadores da receita no mês foram:

  • Imposto de Importação: R$ 7,8 bilhões (67,7%);
  • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): R$ 7,7 bilhões (47,5%);
  • Cofins: R$ 32,7 bilhões (29,5%); e
  • Dividendos e participações: R$ 7,8 bilhões (125,8%).

No acumulado do ano até novembro, a receita total foi de R$ 2,39 trilhões, alta de 8,1% em um ano.

Governo central: queda de 40,6% no saldo negativo na parcial do ano

No acumulado de janeiro a novembro de 2024, outro resultado positivo:

  • De janeiro a novembro de 2024, as contas do governo registraram um déficit de R$ 66,82 bilhões. O montante representa melhora em relação ao resultado do mesmo período do ano passado, quando o rombo somou R$ 112,46 bilhões.
  • Com isso, houve queda de 40,6% no saldo negativo no acumulado de 2024.

O indicador é composto da seguinte forma em 2024 até novembro:

  • Tesouro Nacional: superávit de R$ 242,1 bilhões;
  • Banco Central: déficit de R$ 1,2 bilhão; e
  • Previdência Social: déficit de R$ 307,8 bilhões.

Segundo nota do Tesouro Nacional, “em termos reais, no acumulado até novembro, a receita líquida registrou aumento de 7,7% (+R$ 139,8 bilhões), enquanto a despesa cresceu 4,6% (+R$ 89,6 bilhões)”.

Projeção para 2025

Para este ano, a meta do governo é de zerar o déficit das contas públicas, com uma margem de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos do PIB (Produto Interno Bruto), o equivalente a R$ 28 bilhões.

O resultado no acumulado até novembro equivale a 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto), incluindo os gastos com o auxílio ao Rio Grande do Sul nas enchentes, que ficam de fora do cumprimento da meta fiscal, conforme autorização do Congresso.

Relacionados

Mais Lidas

Assine nosso boletim econômico
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.