De 48 reajustes salariais registrados até 11 de janeiro de 2024, referentes à data-base dezembro, cerca de 83,3% resultaram em ganhos acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Outros 16,7% tiveram apenas recomposição das perdas passadas. Os dados são do boletim De Olho nas Negociações de janeiro de 2024, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) (para ler a íntegra do boletim, clique aqui).
Não houve, até o momento, reajustes abaixo do INPC, segundo o Dieese. Contudo, conforme aponta a entidade, esse quadro ainda pode ser alterado, devido ao baixo número de registros de dezembro.
Em geral, são cadastrados mais de 200 resultados de negociações nessa data-base. Em 2022, por exemplo, foram 250.
Metade dos reajustes de dezembro são de negociações dos metalúrgicos do Paraná.
Em dezembro, a variação real média dos reajustes é, até o momento, de 1,52% acima do INPC. O dado representa uma inflexão diante do observado nas quatro datas-bases anteriores. Porém, é preciso relativizar a informação devido ao ainda baixo número de registros de dezembro.
Ainda segundo o Dieese, o reajuste necessário – equivalente à inflação de 12 meses, apurada pelo INPC – segue em queda, chegando a 3,71% para as negociações com data-base em janeiro de 2024. Esse fator, assim como o aumento do salário mínimo, pode influenciar positivamente as negociações dessa data-base.
Segundo o Dieese, até o momento não houve reajustes parcelados
Até o momento, segundo o Dieese, não houve registro de reajustes parcelados em dezembro.
Quanto aos reajustes escalonados, que correspondem ao pagamento de reajustes diferenciados segundo faixas salariais ou tamanho das empresas, foi verificado em 18,8% das negociações de dezembro.
O painel parcial de 2023, com os primeiros números de dezembro, mostra que 77% dos resultados analisados no ano alcançaram ganhos acima do INPC; 17,3%, reajustes iguais a esse índice inflacionário e 5,7% ficaram abaixo dele. O painel é composto por 19.531 reajustes salariais.
A variação real média no ano é, até o momento, igual a 1,11% acima do INPC.
Entre os setores econômicos analisados, a indústria se destaca, com aumentos reais em 82,2% dos reajustes, seguida pelo setor de serviços, com ganhos reais em 79%. O comércio vem em terceiro lugar, com resultados acima da inflação em 56,4% dos casos.
Em relação aos reajustes salariais abaixo do INPC, indústria e comércio apresentam percentuais parecidos (cerca de 5% cada), enquanto, nos serviços, o valor foi ligeiramente maior (6,7%).
Quando o recorte é feito por regiões, o percentual de resultados acima da inflação varia entre 70,9%, no Nordeste, e 81,2%, no Sudeste. Já os reajustes abaixo do INPC ficam entre 1,6%, no Sul, e 10,7%, no Norte.
Em relação aos pisos salariais, de janeiro a dezembro de 2023, o valor médio dos 19.551 pisos salariais analisados foi de R$ 1.651,57; e o valor mediano, de R$ 1.547,00. Na comparação entre os setores, o maior valor médio observado continua nos serviços (R$ 1.689,35); e o menor, no setor rural (R$ 1.564,85). Quanto aos valores medianos, o maior foi registrado na indústria (R$ 1.587,00); e o menor, nos serviços (R$ 1.528,96).
Do site do Dieese
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