A Dívida pública federal caiu 0,87% em termos nominais (sem correção da inflação) em janeiro em relação a dezembro passado, para R$ 7,252 trilhões. A informação foi divulgada pelo Ministério da Fazenda, nesta quarta-feira (26).
O montante representa R$ 63,39 bilhões a menos na dívida, e o resultado foi possível, segundo a pasta, porque o governo pagou as dívidas que contraiu com a emissão de títulos e ganhou dinheiro extra com juros.
Por outro lado, a reserva de liquidez, que é o colchão de segurança para pagamento da dívida, caiu 13,51% ante dezembro, sem a correção da inflação, e ficou em R$ 744 bilhões.
Apesar da queda, o governo argumenta que o valor ainda garante pagamentos para os próximos seis meses, ou seja, o dobro do limite de segurança de 3 meses.
A dívida pública é emitida pelo governo federal para financiar o déficit orçamentário, ou seja, para cobrir as despesas que superam a arrecadação com impostos, contribuições e outras receitas.
O indicador é tido como uma das principais referências para a avaliação da capacidade de pagamento do país pelas agências de avaliação do grau de investimento de um país (selo de bom ou mau pagador).
Em 2024, a dívida pública federal cresceu 12,2%, atingindo os R$ 7,252 trilhões ao final do ano. O Tesouro Nacional prevê que, ao final de 2025, o estoque poderá subir a até R$ 8,5 trilhões.
Quase metade da dívida pública está atrelada à taxa básica de juros da economia, a Selic, definida pelo Banco Central. Com a Selic atualmente em 13,25% ao ano e com as projeções de novos aumentos no indicador, a dívida pública também tende a aumentar.
Estoque da dívida pública federal
O passivo da dívida pública inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior. O estoque é dividido em:
- Dívida Pública Mobiliária Federal interna: caiu de R$ 6,97 trilhões em dezembro de 2024 para R$ 6,95 trilhões em janeiro de 2025;
- Dívida Pública Federal externa (obtida no mercado externo): passou de R$ 349,2 bilhões em dezembro de 2024 para R$ 301,8 bilhões em janeiro de 2025.
A dívida pública federal saiu de um patamar de R$ 1,69 trilhão no último ano do segundo mandato do presidente Lula (PT), em 2010, para os atuais R$ 7,25 trilhões.
O maior salto ocorreu no período de 2019, no primeiro ano do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando estava em R$ 4,25 trilhões, para R$ 6,52 trilhões em 2023.
Dívida pública em relação ao PIB
O Banco Central divulgou, em janeiro, que a Dívida Bruta do Governo Federal em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) encerrou 2024 em 76,1%. Houve uma alta de 2,2 pontos percentuais ante 2023. Em dezembro de 2024, a dívida era de R$ 9 trilhões em valores nominais.
No entanto, a metodologia do BC é diferente daquela feita pela Fazenda, pois inclui títulos do governo com a autoridade monetária (Banco Central) e débitos dos governos estaduais e municipais.
Os dados de janeiro de 2025 devem ser divulgados em 12 de março.
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