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O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, avaliou, nesta segunda-feira (7), a forte oscilação dos mercados financeiros mundiais após o anúncio das famigeradas “tarifas recíprocas” pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira passada (2). “A verdade é que vai ser muito complicado as próximas semanas”, disse durante participação no ICL Notícias 1ª edição de hoje.

Moreira orientou os investidores a não correrem para fazer investimentos pelo fato de as bolsas estarem em baixa. “Muita gente fala que quando cai é hora de compra, mas tudo o que cai 90% pode cair 90% de novo”, observou.

Nesta segunda-feira, as bolsas mundiais operam com forte queda, ainda repercutindo o tarifaço global imposto por Donald Trump. Para Edu Moreira, a volatilidade dos mercados vai continuar, porque ainda não se sabe quais são as reais intenções de Trump por detrás das medidas anunciadas. O que se sabe é que “isso prejudica demais os países”, mas também a população norte-americana.

“Existe uma cultura lá de investir em ações – dinheiro para aposentadoria, educação dos filhos (…). Quando o Trump faz isso, os Estados Unidos são o mercado que mais caiu este ano. A bolsa americana já está em território de queda, trazendo impactos na popularidade de Trump. O norte-americano está se sentindo mais pobre”, disse Moreira.

Não somente o norte-americano médio é prejudicado, mas os bilionários donos de big techs que apoiaram Trump na eleição – como Elon Musk, dono da Tesla e do X (antigo Twitter), e Jeff Bezos, da Amazon – também estão perdendo muito dinheiro. O único que não perdeu, segundo Moreira, foi o megainvestidor Warren Buffett, que vendeu grande parte de suas posições antes.

No sábado (5), milhares de manifestantes saíram às ruas de Washington e outras cidades dos Estados Unidos contra as políticas de Trump, nos maiores protestos contra o presidente republicano desde seu retorno, em 20 de janeiro, ao poder.

Uma grande faixa que dizia “Hands Off!” (“Tire suas mãos!”) se estendia a poucos quarteirões da Casa Branca. Os manifestantes carregavam cartazes onde se lia “Não é meu presidente!”, “O fascismo chegou”, “Parem o mal” e “Tirem suas mãos da nossa Seguridade Social”.

Eduardo Moreira avalia reações de países

“Vários países estão entrando com reclamações formais na OMC (Organização Mundial do Comércio). Os principais princípios da OMC são ‘promover o comércio internacional livre, justo e previsível’, e o Trump mudou tudo numa canetada”, pontuou.

A escalada da guerra comercial, segundo Eduardo Moreira, impacta a vida de todo mundo, porque os países precisam de previsibilidade. “Um país não é um bote, que dá para ir para a direita e à esquerda [de repente] – é um transatlântico”, comparou. “Porém, não sabemos se o Trump faz isso para negociar ou se faz para mudar completamente a relação com os países”, completou.

Os próximos dias, segundo ele, serão cruciais. “Vamos ver se isso é um soluço, se ele vai negociar ou se isso é uma mudança estrutural. Se for, será uma das maiores mudanças geopolíticas que o mundo já viu”, afirmou.

Veja a análise completa de Eduardo Moreira no vídeo abaixo:

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