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Economia

Em novo recorde, dólar fecha a R$ 6,26 por desconfiança no pacote de corte de gastos

É o maior patamar da moeda norte-americana desde o início do Plano Real, em 1994.
18/12/2024 | 17h59

O dólar fecheou em forte alta frente ao real nesta quarta-feira (18), ampliando os ganhos da véspera, apesar de avanço de medidas fiscais no Congresso. A moeda norte-america bateu mais um valor recorde de cotação: R$ 6,2672. É o maior patamar desde o início do Plano Real, em 1994.

A justificativa dos agentes do mercado é a desconfiança quanto à tramitação das medidas de contenção de gastos no governo. Há a preocupações de que o pacote possa não ser votado até o fim do ano ou que as propostas fiquem muito aquém do desejado, por causa das intervenções dos deputados e senadores.

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira o texto-base do projeto que impõe travas para o crescimento de despesas com pessoal e incentivos tributários no caso de déficit primário — o Projeto de Lei Complementar 210, que faz parte do pacote fiscal.

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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Haddad fala em ataque especulativo com o dólar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não descartou a possibilidade de o mercado financeiro estar promovendo um ataque especulativo. A declaração foi dada, nesta quarta-feira (18), na saída dele do Ministério da Fazenda.

“Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando disso. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal para estabilizar isso. Mas pode estar havendo [ataque especulativo]. Não estou querendo fazer juízo sobre isso porque a Fazenda trabalha com os fundamentos. E esses movimentos mais especulativos, eles são coibidos com a intervenção do tesouro e Banco Central”, declarou Haddad.

Na segunda-feira (17), o dólar chegou a bater na casa dos R$ 6,20 depois que informações falsas foram disseminadas em perfis na rede social X (antigo Twitter), envolvendo o diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

O Banco Central efetuou, nos últimos dias, intervenções no câmbio, por meio da venda de moeda norte-americana no mercado à vista e, também, dos chamados leilões de linha (venda com compromisso de recompra, como se fosse um empréstimo). Mas a estratégia não surtiu efeito.

(Com Reuters)

 

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