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Em nova rodada de negociações, Ucrânia oferece neutralidade e Rússia promete reduzir ataques a Kiev

Possibilidade de um cenário mais ameno também fez com que a bolsa brasileira se animasse nesta manhã
29/03/2022 | 19h24

A rodada desta terça-feira (29) de negociações entre a Rússia e a Ucrânia em Istambul, na Turquia, terminou sem um “acordo carimbado”, mas com avanços. Segundo o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, foi apresentada uma proposta de neutralidade do país em troca de garantias de segurança. Também foram discutidos um possível cessar-fogo e a situação da Crimeia. As negociações ainda prosseguirão por mais duas semanas.

As conversas duraram cerca de quatro horas com intervalos ocasionais, começando sem aperto de mãos entre os negociadores, segundo a TV ucraniana.

Após o encontro no palácio presidencial Dolmabahce, com a presença do presidente turco, Tayyip Erdogan, um membro do ministério da Defesa da Rússia anunciou que o país diminuirá drasticamente as atividades militares perto de Kiev e Chernihiv.

Sobre a reunião, Podolyak explicou que a neutralidade da Ucrânia poderia ser alcançada após a garantia de segurança internacional. Outros países poderiam ser envolvidos para garantir o acordo. Um status neutro significa que a Ucrânia não se juntará a alianças militares ou hospedará bases militares estrangeiras.

A Ucrânia também apresentou a proposta de garantir consultas sobre o território da Crimeia — anexado pela Rússia em 2014 — pelos próximos 15 anos.

Já o negociador russo, Vladimir Medinsky, disse que as conversas foram produtivas e que as demandas ucranianas seriam levadas para conhecimento do presidente russo, Vladimir Putin.

Sobre um encontro entre Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Medinsky afirmou que isso só acontecerá quando um “acordo for carimbado”.

Em um discurso televisionado aos negociadores antes do início do encontro, Erdogan pediu um cessar-fogo imediato na guerra que começou no mês passado.

A ofensiva da Rússia até agora custou à Ucrânia US$ 564,9 bilhões em termos de danos à infraestrutura, perda de crescimento econômico e outros fatores, disse a ministra da Economia, Yulia Svyrydenko, ontem (28).

Em uma publicação online, ela relatou que os combates danificaram ou destruíram oito mil quilômetros de estradas e 10 milhões de metros quadrados de moradias. O cálculo considera perdas diretas e indiretas como queda do PIB, saída de mão de obra, defesa adicional, investimentos suspensos, custos de apoio social, além dos prejuízos de infraestrutura. Segundo a ONU, o número de vítimas civis no país já passa de 1100, desde o início da ofensiva russa, em fevereiro.

Antes da reunião, os mercados já mantinham curva ascendente diante da expectativa de avanços significativos nas rodadas de negociações entre Rússia e Ucrânia.

A possibilidade de um cenário mais ameno entre Rússia e Ucrânia também fez com que a bolsa brasileira se animasse nesta manhã. O Ibovespa opera em alta de 1,15% impactado pelo bom humor vindo do exterior. Além disso, a possibilidade de maior acesso aos fertilizantes e de redução no preço dos combustíveis pode melhorar o cenário econômico interno brasileiro e, consequentemente, a produção interna brasileira.

Com informações das agências internacionais e do relatório “Rússia e Ucrânia Investidor Mestre”

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