A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) divulgou nesta terça-feira (2), após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ter anunciado avanço de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que deve revisar o indicador para cima.
“O crescimento do PIB no terceiro trimestre foi superior à projeção exibida no Boletim Macrofiscal de novembro, realizada com base em indicadores coincidentes já disponíveis até 11 de novembro. Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços”, informou a Secretaria de Política Econômica, por meio de nota.
Segundo a nota da secretaria, a economia seguiu com “ritmo robusto” de expansão no período, mesmo com “menores impulsos fiscais” (gastos do governo), impulsionado pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos.
“A atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem. A política monetária [alta de juros] mais contracionista deverá restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos”, acrescentou a SPE, do Ministério da Fazenda.
Em novembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano.
Em dezembro, o colegiado realiza a última reunião do ano, e a projeção é de novo reajuste para cima de 0,50 p.p.
PIB: Fazenda avalia que “impulsos positivos” devem vir do mercado de trabalho
Embora preveja restrição no ritmo de expansão no próximo trimestre, a secretaria reforça que “impulsos positivos” devem vir do mercado de trabalho, que deverá seguir resiliente, estimulando a produção e o e consumo das famílias.
“Para 2025, destaca-se a boa perspectiva para setores menos cíclicos, como a agropecuária e a produção extrativa. O bom desempenho dessas atividades deve ajudar a mitigar a desaceleração esperada para as atividades cíclicas, mais impactadas pelo aumento dos juros e pelos menores estímulos fiscais”, concluiu o governo.
Os investimentos foram destaque no PIB do terceiro trimestre. Com alta de 2,1% ante o segundo, emplacaram quatro trimestres seguidos de avanços nessa base de comparação. É a mais longa sequência positiva desse tipo desde 2011.
Do segundo trimestre de 2009 ao quarto trimestre de 2011, a Formação Bruta de Capital Fixo (medida dos investimentos no PIB) subiu ininterruptamente por 11 trimestres. De 2012, começou a registrar um vaivém, até a economia entre em recessão, em 2014.
Nem mesmo entre 2020 e 2021, na recuperação depois da pandemia de Covid-19, não houve sequência tão longa de altas.
Por sua vez, o consumo das famílias, outro motor do PIB, cresceu 1,5% na comparação com o segundo trimestre.
A sequência de altas desse indicador somou 13 trimestres seguidos, sempre na comparação do trimestre com o período imediatamente anterior. Essa sequência foi iniciada no terceiro trimestre de 2021. É a maior sequência desde 2005 a 2008.
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