O G7, grupo das sete potências econômicas, concordou em explorar a imposição de uma proibição ao transporte de petróleo russo vendido acima de um determinado preço, além de outras medidas contra a importação do ouro, aumentando as sanções contra Moscou. O G7 também está tentando atrair os países emergentes, muitos com laços estreitos com a Rússia, para a cúpula e, assim, conquistá-los.
“Convidamos todos os países com ideias semelhantes ao petróleo russo a considerar se juntar a nós em nossas ações”, afirmaram os líderes do G7 em comunicado, divulgado nesta terça-feira (28).
A guerra na Ucrânia e suas consequências econômicas, em particular o aumento da inflação de alimentos e de energia, dominaram a cúpula deste ano do grupo de democracias ricas em um resort nos Alpes da Baviera, na Alemanha.
O G7 está analisando os tetos de preços para o petróleo russo como uma forma de evitar que Moscou lucre com a invasão da Ucrânia, que elevou drasticamente os preços da energia, abrandando os esforços ocidentais para reduzir as importações de petróleo russo.
As receitas de exportação de petróleo russo subiram em maio, mesmo com a queda dos volumes, disse a Agência Internacional de Energia em seu relatório mensal de junho.
O rublo atingiu uma máxima de mais de sete anos nesta terça-feira (28), espelhando os controles de capital impostos no país, o que acabou se sobrepondo à pressão advinda dos mercados ocidentais sobre a moeda com o default na dívida russa.
Os líderes do G7 também concordaram em pressionar pela proibição das importações de ouro russo como parte dos esforços para apertar as sanções contra Moscou, afirmou uma autoridade da UE nesta terça-feira.
A guerra, que já matou milhares e fez milhões fugirem, além das consequências advindas das próprias sanções, entrou em seu quinto mês sem sinais de perder força.
As nações do G7 querem aumentar a pressão sobre a Rússia sem alimentar a inflação, já crescente, que está causando tensões internas e devastando países em desenvolvimento.
Há um “risco real” de fome numerosa este ano, já que a guerra na Ucrânia agravou o impacto negativo das crises climáticas e da pandemia de Covid-19 na segurança alimentar, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na semana passada.
Ainda nesta terça-feira, os líderes do G7 prometeram US$ 4,5 bilhões para combater a fome global, segundo o comunicado.
Os Estados Unidos fornecerão mais da metade dessa quantia, que seria destinada aos esforços para combater a fome em 47 países e financiar organizações regionais, disse uma autoridade graduada dos EUA.
Rússia e Ucrânia somam quase um terço da oferta global de trigo, que também ficou mais caro. O preço que a gente também paga pela guerra. Parte da inflação dos alimentos vem da disparada do preço internacional dos fertilizantes e de outros produtos agrícolas.
O G7 está tentando reunir países emergentes, muitos com laços estreitos com a Rússia, para se opor à invasão da Ucrânia por Putin, e convidou cinco grandes democracias de renda média e baixa para a cúpula para conquistá-los.
Além do aumento do preço do petróleo russo no mercado internacional, Brasil paga mais caro pelo fertilizante, vindo da Rússia
No Brasil, os gastos com importações da Rússia mais que dobraram neste ano, principalmente com os fertilizantes. A balança comercial do Brasil com a Rússia é deficitária, porque o Brasil importa muitas commodities, muito fertilizante e gás natural também da Rússia – maior exportador de fertilizantes do mundo.
Em conversa com o presidente Jair Bolsonaro, na segunda-feira (27), Putin afirmou que a Rússia vai cumprir os contratos de fornecimento de fertilizantes ao Brasil, mesmo com a guerra em curso. A Rússia é o principal fornecedor dos fertilizantes usados na agricultura brasileira. Por sua vez, o Brasil, um dos maiores produtores mundiais de alimentos, depende dos insumos da Rússia.
Nos meses de conflito, a Rússia foi colocada entre os protagonistas das relações comerciais do Brasil. No ranking de parceiros, o país passou de 12º para 5º lugar, atrás da Alemanha, Argentina, Estados Unidos e China, segundo informações da área de Relações Internacional da FGV.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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