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Galípolo descarta intervenção ampla no dólar e prevê Selic elevada por mais tempo

“O câmbio flutuante está cumprindo muito bem seu papel", afirmou o diretor do BC
02/12/2024 | 16h47

Em um evento organizado pela XP Investimentos, Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central e futuro presidente da instituição, reafirmou a importância do regime de câmbio flutuante como um dos alicerces da economia brasileira. Segundo Galípolo, “o câmbio flutuante está cumprindo muito bem seu papel. Seguimos participando [do mercado de câmbio] só quando há disfuncionalidade”. Ele se referiu à recente valorização do dólar, que atingiu R$ 6 nos últimos dias.

Conforme publicado pelo UOL, o economista descartou intervenções intensivas por parte do Banco Central para conter a alta da moeda norte-americana. “Tem R$ 370 bilhões de reserva, por que não segura no peito? Mas quem está no mercado sabe que não é assim que funciona”.

Embora tenha reforçado o compromisso com o regime de câmbio flutuante, Galípolo admitiu que o Banco Central pode realizar intervenções pontuais no final do ano, caso surjam movimentos sazonais, como a remessa de dividendos ao exterior. Nesse cenário, a atuação seria limitada

Galípolo diz que Selic deve se manter elevada por mais tempo

O diretor de Política Monetária do Banco Central também destacou o desempenho positivo da economia brasileira, impulsionado, em sua avaliação, por fatores como a maior circulação de dinheiro na população. “Talvez a progressividade da política fiscal praticada este ano tenha colocado mais dinheiro na mão das pessoas, levando a um dinamismo superior ao que se imaginava”.

Ele disse ainda que pode ser necessário manter a Selic (taxa básica de juros) elevada por mais tempo. “A economia está mais dinâmica, com desemprego em mínimos históricos e o real desvalorizado. Isso indica a necessidade de uma política monetária mais restritiva por mais tempo”, afirmou.

No início do mês, o Banco Central decidiu intensificar o ritmo de alta e elevou a taxa em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

Além disso, Galípolo afirmou que as projeções para o endividamento público permanecem praticamente iguais, mesmo com juros e inflação elevados. Para ele, esse cenário reflete uma maior resiliência da economia, afastando a ideia de que o dinamismo observado se deva a um aumento expressivo nos gastos do governo.

 

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