O governo revisou para cima sua projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, de 4,25% para 4,4% em 2024. A atualização foi divulgada nesta segunda-feira (18) no Boletim Macrofiscal, publicado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
Com essa estimativa, o governo mantém a expectativa de que a inflação permaneça abaixo do teto de 4,5% estipulado pelo sistema de metas neste ano, ao contrário do mercado financeiro, que prevê uma inflação de 4,64% em 2024 — um aumento contínuo registrado nas últimas sete semanas.
Segundo Raquel Nadal, subsecretária de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a diferença nas projeções pode ser atribuída, em parte, à bandeira tarifária de energia elétrica prevista para dezembro.
“Grande parte da diferença [entre o governo e o mercado] pode estar concentrada na bandeira tarifária para o fim do ano. Tende a contribuir com 0,17 ponto percentual [a menos no IPCA]. Tirando isso, estamos bem alinhados com o que o mercado está vendo”, declarou Nadal, a jornalistas.
No mês de outubro, o IPCA registrou alta de 0,56%, acumulando 4,76% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta. Apesar disso, o descumprimento oficial só ocorre se a meta não for atingida ao final do ano. Em 2024, a meta central é de 3%, com tolerância para variação entre 1,5% e 4,5%.
Fatores climáticos, como a seca, também contribuíram para a inflação, impactando, além da energia elétrica, o setor de alimentos. No entanto, o Ministério da Fazenda espera uma desaceleração nos preços regulados até o final do ano, refletindo ajustes nas bandeiras tarifárias, enquanto os preços livres devem continuar em alta devido à influência do câmbio e do clima.
Além da inflação, PIB também deve ter alta, segundo projeções da Fazenda
A SPE também revisou sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, de 3,2% para 3,3%. O PIB, que representa a soma de bens e serviços produzidos no país, é um indicador essencial para medir o crescimento da economia.
Segundo o Ministério da Fazenda, a revisão reflete um nível crescente na expectativa de crescimento no terceiro trimestre, seguido de um ritmo mais moderado nos dois últimos trimestres do ano. Para 2025, a projeção de crescimento permanece em 2,5%.
O mercado financeiro, por sua vez, prevê um crescimento do PIB de 3,10% em 2024 e 1,94% em 2025. O governo avalia que o crescimento econômico até 2028 deve ficar em torno de 2,5%, com possibilidade de melhorar.
“Até 2028, o crescimento deverá seguir próximo a 2,5%. A estimativa é conservadora, podendo surpreender a depender dos ganhos de produtividade e de eficiência alocativa que emergirem do Plano de Transformação Ecológica e da reforma tributária. O aumento na produção e exportação de petróleo e de energias renováveis também podem contribuir para elevar o potencial de crescimento do Brasil ao longo dos próximos anos”, avaliou o governo.
Redação ICL Economia
Com informações do G1
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