Nesta sexta-feira (22), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a meta do governo de déficit zero este ano está condicionada ao desempenho da economia. Ele expressou otimismo em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.
A fala veio após o anúncio de arrecadação federal recorde e de bloqueio no Orçamento menor do que o previsto.
Haddad também argumentou que a perspectiva de crescimento econômico forte este ano ajuda na arrecadação. “Penso que estamos em uma boa trajetória, mas (é preciso)tomar cuidado e continuar observando o comportamento das variáveis.”
A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 186,5 bilhões em fevereiro deste ano, melhor resultado em 30 anos. Em janeiro, chegou a R$ 280,36 bilhões — também um recorde.
Nos dois primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 467,2 bilhões, o que representa um crescimento real (acima da inflação) de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado — quando somou R$ 431,4 bilhões (valor corrigido).
Após projeções dos ministérios do Planejamento e da Fazenda nesta sexta-feira, Haddad comentou que o governo central está estimando um déficit primário de R$ 9,3 bilhões para o ano de 2024, o que representa 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), mantendo-se dentro da margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal.
Haddad: Meta de déficit zero depende da continuidade do crescimento da economia
Questionado se é possível manter a meta de déficit zero, disse que o resultado depende da continuidade de um bom crescimento econômico, que hoje está acima das expectativas, e da geração de vagas no mercado de trabalho formal, além de uma possível aprovação de medidas arrecadatórias enviadas pela pasta ao Congresso.
“É o que eu sempre falo: hoje, a meta é uma lei. O resultado não depende só de fixar na lei o que você quer. Depende de um esforço do Executivo, do Legislativo e do Judiciário em proveito do equilíbrio de contas.”
Haddad também falou sobre gastos necessários para enfrentar o que chamou de “quadro caótico”. “Só em calote de precatórios foram 90 e poucos bilhões [de reais] no ano passado. Metade disso não foi paga em 2022 e metade disso não estava prevista no Orçamento de 2023, encaminhado pelo governo anterior. Não é fácil explicar para as pessoas que tivemos que pagar quase R$ 100 bilhões de um calote dado pelo governo anterior”, afirmou Haddad.
“Toda essa confusão — que também se refletiu na política, na tentativa de golpe — tudo isso está sendo enfrentado, pela área política e econômica, para normalizar as condições do país. É normal cobrarem, o Executivo tem que prestar contas. Mas, da bagunça que estava em 2022 para hoje, penso que houve uma evolução bastante consistente”, afirmou o ministro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1
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