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Haddad diz que decisão sobre pagamento de dividendos extraordinários cabe à Petrobras

Segundo o ministro da Fazenda, tema sobre o pagamento aos acionistas "está bem encaminhado". Ele também disse que não é da "alçada" dele qualquer decisão sobre a permanência de Jean Paul Prates à frente da companhia.
09/04/2024 | 12h17

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem (8) que cabe à Petrobras decidir se vai pagar ou não os dividendos extraordinários a seus acionistas. Ele reconheceu, contudo, que a Fazenda está auxiliando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na análise da situação financeira da empresa e o espaço para investimentos, como defende o governo do petista.

“Quem tem que decidir [sobre dividendos] é a Petrobras. Isso está bem encaminhado. Temos levado muitas informações ao presidente sobre a situação do caixa da Petrobras. Temos falado com os diretores da Petrobras, com alguns conselheiros. Para que o presidente possa ter tranquilidade de que o plano de investimento não será prejudicado por falta do financeiro”, disse Haddad, em conversa com jornalistas, horas antes de participar de uma reunião para decidir o futuro do presidente da companhia, Jean Paul Prates.

O pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras está no centro de uma disputa de poder que envolve o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da estatal. Ontem à noite, Haddad participou de uma reunião convocada pelo presidente Lula para discutir o futuro do comando da companhia.

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a retenção de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários num fundo de reserva.

Na ocasião, o CEO da petroleira se absteve de votar, mas defendeu que metade do valor fosse repassado, ao avaliar que isso não impactaria o plano de investimentos da companhia.

Ontem, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu a distribuição de dividendos da Petrobras e de outras empresas estatais como parte dos esforços do governo federal para alcançar o equilíbrio fiscal. “Não acho que deva haver nenhum tratamento dissonante ao que a regra já prevê”, disse Durigan, durante o evento “Rumos 2024”, promovido pelo jornal Valor Econômico em São Paulo, no qual esteve representante o ministro Haddad.

Para além dos dividendos extraordinários, Haddad diz que decidir permanência ou não de CEO da Petrobras não é da sua “alçada”

Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de demissão de Jean Paul Prates, Haddad alegou não tratar desse assunto com o presidente Lula.

“Não é da minha alçada. Eu não discuto isso [troca de presidente] com o presidente [Lula]. Eu discuto o cenário financeiro [da Petrobras]”, afirmou.

Na conversa, ele destacou o plano de investimento da Petrobras: “A empresa está robusta, está com um bom caixa, com um bom plano de investimento. Agora, é um desafio cumprir o plano de investimento, porque a empresa não estava mais preparada para investir. Estava sendo dilapidada, de certa maneira. Agora está tendo a reversão desse quadro”, complementou.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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