Depois de um dia de tremenda euforia, o Ibovespa registrou queda forte de 1,13%, nesta quinta-feira (10), fechando aos 126.354,75 pontos. O movimento do indicador acompanhou as bolsas de Nova York, que também fecharam em baixa generalizada diante dos temores de uma escalada na guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8988, com avanço de 0,88% sobre o real.
Hoje, a Casa Branca esclareceu que as tarifas impostas a produtos importados da China somam, na verdade, 145% e não de 125% como foi anunciado na véspera pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O governo norte-americano confirmou que o percentual não incluía uma tarifa pré-existente de 20%, que era imposta anteriormente a países que, segundo os EUA, produzem o medicamento fentanil, que está no centro de emergência de saúde pública no país.
Também nesta quinta-feira, entraram em vigor as tarifas retaliatórias da China de 84% sobre todas as importações dos EUA. Esse percentual foi anunciado antes do esclarecimento prestado pela Casa Branca. Por ora, o governo chinês não anunciou nova retaliação.
A escalada acelerada de tarifas jogou um temor nos agentes de que as duas potências estão desfazendo uma relação comercial construída ao longo de décadas, colocando em risco o destino das duas potências e ameaçando arrastar a economia global para uma retração.
A disputa atual supera em intensidade os embates do primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump, quando, entre 2018 e 2019, ele elevou tarifas sobre produtos chineses ao longo de 14 meses. Agora, os aumentos ocorreram em questão de dias, com alíquotas mais altas e abrangendo uma gama maior de produtos.
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o volume de serviços no país avançou 0,8% em fevereiro de 2025 na comparação com o mês anterior, quando recuou 0,6%. Frente a fevereiro de 2024, o setor se expandiu 4,2%, décima primeira taxa positiva consecutiva. A variação positiva no mês foi puxada, principalmente, pelos serviços de informação e comunicação, que cresceram 1,8%.
Para esta sexta-feira (11), são aguardadas as divulgações do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março e o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de fevereiro, considerado uma espécie de termômetro do PIB (Produto Interno Bruto).
Mercado externo
Depois da disparada da véspera, as bolsas de Nova York desabaram hoje com o Investidores receosos com o futuro da relação comercial entre Estados Unidos e China e as consequências para a economia global.
Em segundo plano hoje, foi divulgado o índice de preços ao consumidor de março (CPI, na sigla em inglês), que apresentou deflação.
O Dow Jones despencou 2,50%, aos 39.593,44 pontos; o S&P 500, -3,46%, aos 5.267,83 pontos; e o Nasdaq, -4,31%, aos 16.387,31 pontos.
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