Não teve jeito para o mercado acionário brasileiro nesta sexta-feira (10). O Ibovespa acabou fechando com queda de 0,77%, aos 118.856,48 pontos, uma baixa de 924,08 pontos, depois da inflação acima da meta por aqui e dos dados fortes de emprego nos Estados Unidos.
Porém, no acumulado da semana, a primeira cheia de 2025, o principal indicador da Bolsa brasileira fechou no campo positivo, com alta de 0,27%, interrompendo uma série de quatro semanas no vermelho.
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), fechou 2024 com alta de 4,83%, puxada principalmente pelos alimentos. Assim, o indicador voltou a estourar o teto da meta estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 4,5%. Em dezembro, a inflação avançou 0,52%, depois de ter subido 0,39% em novembro.
O descumprimento da meta aconteceu pela oitava vez desde 1999 e o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, é o recordista. Dos seis anos de mandato dele, houve estouro da meta em três. O atual presidente, Gabriel Galípolo, tem agora que publicar uma carta explicando o porquê do estouro da meta, a despeito de uma política monetária mais contracionista.
A desvalorização do real, que acumulou queda de 27,36% em relação ao dólar em 2024, foi apontada como um dos principais fatores que impulsionaram os preços dos alimentos.
Nem as altas da Vale e da Petrobras, que juntas correspondem a cerca de 25% da carteira teórica do indicador, foi o bastante para ajudar o Ibovespa a fechar no positivo.
O estouro do IPCA já era esperado, mas o resultado do principal dado do mercado de trabalho norte-americano, o payroll, surpreendeu negativamente ao vir mais forte que o esperando. Os EUA criaram 256 mil vagas de trabalho em dezembro, acima do esperado.
O dado jogou ainda mais sombra sobre o futuro da política monetária nos EUA. Agora, os agentes apostam que pode vir mais alta de juros pela frente, o que é uma má notícia para mercados emergentes, como o do Brasil.
Dólar
O dólar avançou hoje com alta de 0,99%, a 6,10. Os dados de emprego foram importantes no movimento, com investidores projetando alta dos títulos do Tesouro dos EUA. Os títulos daqui também subiram, passando todos a 15%, com altas em toda a curva de juros futuros (DIs).
Mercado externo
Os indicadores de Wall Street repercutiram o payroll, principal relatório de empregos dos EUA, que veio muito acima do esperado e fez os Treasuries dispararem, o que provavelmente significa que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) interromperá o ciclo de corte de juros.
O Dow Jones caiu 1,63% no dia e em -1,88% na semana; o S&P 500 em -1,54% e -1,95%, respectivamente; o Nasdaq em -1,63% e -2,41%.
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