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Ibovespa derrete 3,15% e vai aos 120 mil pontos; dólar atinge o maior valor nominal da história

O dólar comercial teve alta de 2,82%, vendido a inéditos R$ 6,267
18/12/2024 | 19h03

Depois da recuperação da véspera, o Ibovespa derreteu nesta quarta-feira (18), fechando com baixa de 3,15%, aos 120.771,88 pontos, uma perda de 3.926,16 pontos, a maior baixa desde os 3,35% aferidos em 10 de novembro de 2022. O patamar é também o menor desde os 120.445,91 pontos de 20 de junho deste ano.

Importante pontuar que, lá fora, os ativos também fecharam em baixa. Isso porque o Fed (Federal Reserve, banco central estadunidense) anunciou o esperado corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. A decisão agravou a elevação do dólar por aqui no fim da tarde e derrubou os indicadores por lá também. A taxa americana agora está no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.

O Fed indicou que provavelmente reduzirá os juros apenas mais duas vezes em 2025. Isso causa uma piora na perspectiva de fluxo de investimentos para o Brasil. Com as taxas americanas menores, mas ainda em um patamar alto, os investidores continuam aplicando seu dinheiro nos EUA. Eles preferem a segurança do mercado americano a vir se arriscar aqui, mesmo com a Selic em alta (atualmente em 12,25%). Sem dólares vindo para o Brasil, a cotação da divisa piora.

Mas outros assuntos por aqui também repercutiram. Na última semana antes do recesso parlamentar, a pauta do Congresso está com projetos importantes. Primeiro, os agentes financeiros avaliaram que a Câmara dos Deputados piorou o texto-base do pacote de ajuste fiscal aprovado ontem (17).

O Congresso Nacional também aprovou a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que orienta o Orçamento de 2025, proposta que, na avaliação do mercado, também piorou o cenário futuro. O motivo é que o texto rejeita a possibilidade de corte em emendas parlamentares, aumenta o reajuste do fundo partidário, autoriza gastos de estatais fora do arcabouço fiscal e afrouxa o cumprimento da meta fiscal no ano que vem. As lideranças do Congresso também rejeitaram qualquer mudança no BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e portadores de deficiências em situação de extrema vulnerabilidade. Era tudo o que o mercado não queria.

Ontem, o Congresso também aprovou a regulamentação da reforma tributária, que vai para sanção do presidente Lula em janeiro.

O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, estima que a redução da sonegação, inadimplência e fraude pode diminuir a alíquota em 3 pontos percentuais e o IVA verá sua alíquota média cair. O mercado, no entanto, optou pelo pessimismo.

 

Dólar

O dólar comercial teve alta de 2,82%, vendido a inéditos R$ 6,267, maior valor nominal da história. Até hoje, a maior cotação real, incluindo a inflação, foi em setembro de 2002, na primeira eleição do presidente Lula (PT). Para piorar, os DIs (juros futuros) aceleraram para próximos de 16%, com altas por toda a curva.

Na avaliação de alguns analistas, as intervenções do BC esta semana também contribuíram para piorar a crise cambial. Vieram tarde, segundo eles.

Mercado externo

Os ativos de Wall Street levaram o Dow Jones à décima sessão de queda, uma sequência que não se via desde 1974 e lá se vão 50 anos. Os principais índices até vinham subindo, mas daí veio o comunicado da decisão do Federal Reserve em cortar as taxas de juros em 0,25 ponto percentual. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a decisão do banco central de cortar as taxas nos últimos meses permite que ele “seja mais cauteloso à medida que consideramos mais ajustes em nossa taxa de política”.

O Dow Jones caiu 2,58%, aos 42.326,87 pontos; o S&P 500, -2,95%, aos 5.872,16 pontos; e o Nasdaq, -3,56%, aos 19.392,69 pontos.

 

 

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