Os índices futuros dos EUA começam esta segunda-feira (26) com leves ganhos, após o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na última sexta-feira (23) no simpósio de Jackson Hole, no Wyoming, ter confirmado que a política monetária estadunidense caminha para uma trajetória de cortes nas taxas de juros.
Contudo, Powell não foi específico sobre quando o primeiro corte pode acontecer, mas FedWatch Tool do CME Group mostra que os agentes do mercado financeiro esperam um corte na reunião do Fed de setembro. A maioria aposta em uma redução em 0,25 ponto percentual. Atualmente, os juros dos EUA estão na banda 5,25% a 5,50% ao ano.
Por outro lado, a escalada da tensão do conflito entre Israel e Hezbollah na Faixa de Gaza está impactando uma valorização mais forte dos mercados hoje.
No fim de semana, mais de 100 caças israelenses atingiram alvos libaneses, e o Hezbollah, apoiado pelo Irã, disparou mais de 320 foguetes contra Israel.
Por aqui, repercutiu negativamente o discurso do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Jackson Hole, no sábado (24), no qual ele disse que será mais difícil discutir transmissões monetárias sem abordar questões fiscais. Campos Neto criticou, por exemplo, a manutenção de programas sociais do governo iniciados na pandemia de Covid-19. Segundo ele, há, no Brasil, 50 milhões de pessoas “ganhando dinheiro do governo, em comparação com 43 milhões de pessoas que são empregados e empresários”, acrescentou.
Na agenda de hoje, os destaques são a divulgação do Boletim Focus e as falas do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo em evento no Piauí.
Ao longo da semana, teremos a divulgação de notas do BC sobre Investimento Direto no País (IDP) e transações correntes – a expectativa de analistas é que haja um déficit de US$ 3,5 bilhões em conta concorrente; e a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD Contínua) na quinta e na sexta. A estrela dos indicadores, contudo, será o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), na quarta-feira (28).
Brasil
O presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, afirmou, nesta sexta (23), que as taxas de juros vão cair nos Estados Unidos. Com isso, tanto os negócios em Nova York e na Europa, quanto em São Paulo ficaram positivos. O Ibovespa encerrou o dia com mais 0,32%, aos 135.608,47 pontos, um ganho de 435,08 pontos, para fechar a semana com mais 1,24%.
Foi uma semana que se viu o IBOV bater, por três dias seguidos, não só a máxima intradiária (com o pregão em andamento), como a máxima de fechamento. Esta é também a terceira semana seguinte no azul, após os 2,56% da semana passada e dos 3,78% da anterior.
O dólar comercial foi no embalo, caindo 1,97%, a R$ 5,48, a maior baixa em um dia desde 3 de julho, quando perdeu 2,14%; bem como os DIs (juros futuros), que recuaram por toda a curva.
Europa
As bolsas europeias operam sem direção única, com investidores avaliando as perspectivas de um de conflito mais amplo no Oriente Médio. A liquidez também está reduzida devido a um feriado no Reino Unido.
FTSE 100 (Reino Unido): fechado por feriado
DAX (Alemanha): -0,21%
CAC 40 (França): +0,17%
FTSE MIB (Itália): -0,04%
STOXX 600: +0,02%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA começam a semana com eleve alta, depois de uma semana focada em juros e com a política dominada pela Convenção do Partido Democrata. Agora, os investidores voltam as atenções para apresentação do PIB do 2º trimestre, na quinta-feira (29), e para dados de inflação PCE, na sexta-feira (30).
Dow Jones Futuro: +0,08%
S&P 500 Futuro: +0,16%
Nasdaq Futuro: +0,21%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam mistos, com investidores divididos entre as crescentes tensões no Oriente Médio e o otimismo com a sinalização de corte de juros nos Estados Unidos.
Das notícias da região, o Banco Popular da China deixou a taxa de seus empréstimos de política de um ano, ou seja, a linha de crédito de médio prazo, em 2,3%, após cortar a taxa em 20 pontos-base em julho. A decisão ressalta a abordagem cautelosa de Pequim em apoiar a economia, mesmo com o país relatando uma rara contração nos empréstimos bancários em meio à fraca demanda.
Shanghai SE (China), +0,04%
Nikkei (Japão): -0,66%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,06%
Kospi (Coreia do Sul): -1,04%
ASX 200 (Austrália): +0,76%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com ganhos em meio a temores de escalada dos conflitos no Oriente Médio.
Petróleo WTI, +1,15%, a US$ 75,69 o barril
Petróleo Brent, +1,11%, a US$ 79,90 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem hoje os dados das encomendas de bens duráveis de julho.
Por aqui, no Brasil, no campo político, a Câmara dos Deputados continuará, nesta segunda-feira, a votação do projeto que regulamenta a gestão e fiscalização do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Nesse esforço concentrado, os deputados votarão os destaques apresentados pelos partidos propondo mudanças no texto do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/24, do Poder Executivo. No último dia 13, o plenário da Câmara aprovou o texto-base do relator, deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), no qual outros temas são tratados, como a regulamentação do imposto sobre doações e causa mortis (ITCMD). Na agenda de indicadores, saem por aqui dados da confiança do consumidor de agosto, o Relatório Focus semanal e as transações correntes de julho.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg
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