Os índices futuros dos Estados Unidos recuam, nesta quarta-feira (2), com os mercados no mundo todo à espera do detalhamento das tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A divulgação do plano tarifário está prevista para as 17h (horário de Brasília), em um pronunciamento no Rose Garden da Casa Branca.
As taxas devem entrar em vigor imediatamente, conforme antecipou na véspera a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. O Brasil será um dos países atingidos.
O governo brasileiro tenta um acordo pela via diplomática, mas não descarta medidas retaliatórias a produtos e setores específicos.
O anúncio amplifica tensões comerciais com parceiros comerciais dos Estados Unidos desde que Donald Trump assumiu a Casa Brasil, em janeiro deste ano.
O “tarifaço” de Trump, segundo especialistas, tem incentivado um apetite comprador nas Bolsas ao redor do mundo, com muitos investidores em busca de alternativas mais atrativas fora do território norte-americano.
A expectativa é de que o anúncio desta quarta-feira amplifique a piora no sentimento entre investidores, com muitos apostando na volatilidade do mercado.
Embora esse seja o grande assunto do dia em nível global, nos Estados Unidos a agenda econômica prevê a divulgação do relatório de empregos ADP de março e as encomendas à indústria de fevereiro.
Por aqui, os destaques da agenda são a produção industrial de fevereiro e as Estatísticas Monetárias e de Crédito, também de fevereiro.
Brasil
O Ibovespa fechou a terça-feira (1º) com avanço de 0,68%, aos 131.147,29 pontos, apoiado nos pesos-pesados do indicador.
Embora o tarifaço tenha sido o assunto do dia, o Ibovespa subiu apoiado principalmente nos pesos-pesados influenciados pelas commodities, como a Petrobras (PETR4), que foi a ação mais negociada do mercado brasileiro e chegou a subir mais de 1%, na contramão do petróleo.
Os papéis da empresa reagiram à redução de 4,6% no preço do diesel nas refinarias, que entrou em vigor ontem.
A Vale (VALE3) também subiu mais de 1% na esteira do minério de ferro.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6824, com recuo de 0,40%.
Europa
As bolsas europeias operam no campo negativo, com os agentes à espera do novo plano tarifário de Donald Trump, que tem efeitos globais.
STOXX 600: -0,87%
DAX (Alemanha): -1,32%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,57%
CAC 40 (França): -0,68%
FTSE MIB (Itália): -1,20%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York recuam, com os agentes à espera da divulgação do plano tarifário de Donald Trump, que deve trazer impactos à economia local, e aos dados do relatório de emprego ADP de março.
Dow Jones Futuro: -0,20%
S&P 500 Futuro: -0,26%
Nasdaq Futuro: -0,31%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente com alta, acompanhando Wall Street. Sobre o plano tarifário de Donald Trump, o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que as tarifas dos EUA podem ter um impacto significativo na atividade comercial nas nações afetadas.
Shanghai SE (China), +0,05%
Nikkei (Japão): +0,28%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,03%
Kospi (Coreia do Sul): -0,62%
ASX 200 (Austrália): +0,12%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa, ampliando as perdas da véspera, devido a preocupações de que as novas tarifas dos EUA, que serão reveladas no final do dia, podem aprofundar uma guerra comercial global que pode limitar a demanda por petróleo.
Petróleo WTI, -0,29%, a US$ 70,99 o barril
Petróleo Brent, -0,32%, a US$ 74,25 o barril
Agenda
Na agenda de hoje nos EUA estão previstos o Índice ADP de Variação de Empregos Privados (março) e as Encomendas à Indústria (fevereiro).
Por aqui, no Brasil, a indústria de cartões está trabalhando para incorporar o Pix ao plástico já utilizado para débito e crédito, criando um terceiro meio de pagamento. A medida visa facilitar o uso do Pix por aproximação, com transações em tempo real, enquanto o débito leva de um a dois dias para ser processado. A implementação depende da autorização do Banco Central, que está em discussões com a indústria há mais de um ano. A funcionalidade pode aumentar a segurança das transações, permitindo a identificação de fraudes, similar ao que ocorre com o débito e crédito. No entanto, a questão de taxas e remuneração pela nova solução ainda precisa ser debatida.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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