Os índices futuros dos Estados Unidos voltam a avançar, nesta manhã de terça-feira (22), após recuo na véspera depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou novamente o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), Jerome Powell.
Trump usou a rede Truth Social para afirmar que a economia desacelerará caso o Fed não reduza os juros. Ele voltou a criticar Powell, chamando-o de “Sr. Tarde Demais” e “um grande perdedor”.
Na semana passada, Trump chegou a insinuar a demissão de Powell, porém, o presidente do Fed declarou que, por lei, não pode ser demitido e que pretende cumprir seu mandato até maio de 2026.
Os agentes dos mercados globais devem acompanhar com atenção as notícias e comentários das reuniões de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, que acontecem esta semana em Washington. A expectativa é que a ameaça e os possíveis impactos do regime tarifário do presidente dos EUA dominem as discussões.
Na agenda de hoje, também estão previstos discursos de membros do Fed e a divulgação do balanço da Tesla após o fechamento do mercado. A fabricante de veículos elétricos tem enfrentado sinais de queda nas vendas e demanda, à medida que o papel do CEO Elon Musk na Casa Branca abala sua marca. As ações da companhia caíram quase 6% na segunda-feira e acumulam queda de quase 44% neste ano.
No Brasil, após o feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes, o destaque desta terça-feira será a divulgação do novo Relatório Focus do Banco Central.
Brasil
O Ibovespa encerrou a quinta-feira (17), último pregão da semana mais curta devido aos feriados de Páscoa e Tiradentes, com alta de 1,04%, aos 129.650,03 pontos, um ganho de 1.333,14 pontos.
Foi a primeira semana mais curta do ano em que o Ibovespa fechou com ganho acumulado positivo de 1,54%.
O dólar comercial, por sua vez, recuou 1,03% no dia, cotado a R$ 5,804. Já os DIs (juros futuros) fecharam de forma mista.
O Ibovespa foi ajudado por dois de seus pesos-pesados: a Vale subiu 0,61%, após dois dias de quedas amplas; e a Petrobras também deu uma força, com alta de 1,93%, em dia de petróleo internacional disparando e de anúncio de nova redução de preços do diesel pela petroleira.
Europa
As bolsas europeias operam em baixa generalizada, pressionadas pelo aumento das tensões comerciais globais com o tarifaço de Donald Trump e as reações do governo chinês.
STOXX 600: -0,60%
DAX (Alemanha): -0,39%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,17%
CAC 40 (França): -0,73%
FTSE MIB (Itália): -0,70%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York aguardam, na manhã desta terça-feira, a divulgação da pesquisa de atividade industrial do Fed de Richmond além de discursos de membros do banco central estadunidense. Em outra frente, também aguardam a temporada de balanços corporativos, com destaque para o da Tesla, do bilionário Elon Musk.
Dow Jones Futuro: +0,80%
S&P 500 Futuro: +0,87%
Nasdaq Futuro: +0,89%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam mistos, com os agentes repercutindo o desempenho de Wall Street na véspera, após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter criticado novamente o presidente do Fed (o banco central dos EUA), Jerome Powell, e a política de juros da autoridade monetária.
Shanghai SE (China), +0,25%
Nikkei (Japão): -0,17%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,78%
Kospi (Coreia do Sul): -0,07%
ASX 200 (Austrália): -0,03%
Petróleo
Os preços do petróleo avançam nesta terça-feira, com investidores aproveitando as perdas da sessão anterior para cobrir posições vendidas. Em outra frente, seguem acompanhando os desdobramentos da política tarifária de Donald Trump e da política monetária dos EUA, que podem enfraquecer a demanda por combustível.
Petróleo WTI, +1,54%, a US$ 64,05 o barril
Petróleo Brent, +1,43%, a US$ 67,21 o barril
Agenda
Na Europa, saem os dados da confiança do consumidor de abril. Nos EUA, são aguardados discursos de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).
Por aqui, no Brasil, a Instituição Fiscal Independente (IFI) avalia que o governo Lula pode cumprir a meta de déficit primário zero em 2025, mas alerta que alcançar o superávit de 0,25% do PIB em 2026 será mais difícil. Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal de abril, o desafio será compensar um déficit estimado de R$ 128 bilhões no próximo ano, exigindo um ajuste fiscal de R$ 72,3 bilhões. O cenário é agravado pela rigidez do orçamento, inflação moderada e a volta do pagamento integral dos precatórios em 2027, o que pressiona ainda mais o arcabouço fiscal.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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