A alta inflação no Brasil, principalmente dos alimentos e combustível, tem promovido um golpe na “popularidade” do presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição este ano. A crise econômica tem provocado um desgaste de sua imagem inclusive entre os beneficiários do Auxílio Brasil, considerado o programa carro-chefe da sua campanha.
No início, o benefício chegou a dobrar a capacidade das famílias na compra da cesta básica, mas durou muito pouco. Esse poder de compra vem caindo rapidamente e já se equipara aos níveis do Bolsa Família no final do primeiro governo Dilma Rousseff (PT).
A perda de valor do Auxílio Brasil ameaça um dos pilares da estratégia de Bolsonaro para enfrentar nas urnas o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao ser criado, o Auxílio Brasil foi visto como a salvação para os planos eleitorais do presidente e comemorado por aliados — sentimento que ainda resiste nos bastidores do Palácio do Planalto.
O novo valor mínimo do benefício (R$ 400,00) é tema de peças de marketing do pré-candidato à reeleição ao longo da campanha. “São 18 milhões de pessoas no Brasil que recebem o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família. Até o ano passado era em média R$ 190″, diz Bolsonaro em vídeo que está sendo exibido na televisão. Em seguida, o presidente pergunta a uma mulher se ela passou a receber os R$ 400 do benefício e diz: “Multiplicou por 5”.
Em dezembro, primeiro mês do novo benefício, o valor médio recebido pelas famílias representava 57,9% do custo da cesta básica em São Paulo (R$ 690,51). Mas a partir de janeiro, no entanto, esse poder de compra vem caindo rapidamente e chegou a 50,1% do valor da cesta (R$ 803,99) em abril, porcentual similar ao do Bolsa Família no período na véspera da reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014 (quando era de 51,1%).
Pesquisa Datafolha mostra que beneficiários do Auxílio Brasil não votam em Bolsonaro
Na visão de analistas, a principal conclusão dos resultados da última pesquisa Datafolha sobre as eleições, divulgada em 26 de maio, é a de que o presidente Jair Bolsonaro perde apoio popular porque as pessoas estão sentindo no bolso e na mesa o fracasso da economia .
Entre os mais vulneráveis, a pesquisa Datafolha mostrou que há impacto limitado do Auxílio Brasil. A aprovação do governo entre pessoas que recebem o auxílio ou moram com beneficiários do programa fica em 19%, abaixo da média geral. A reprovação dentro desse grupo é de 45% e a nota regular é de 34%.
A comparação entre a pesquisa de maio e a de março também demonstra um salto 40% para 49% na reprovação do governo na faixa dos que têm renda familiar entre dois e cinco salários mínimos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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