Em 2021, o investimento público federal nas rodovias foi de R$ 6,06 bilhões, o equivalente a 0,07% do Produto Interno Bruto (PIB). É o menor valor da série histórica, que começa em 2006 e teve seus dados atualizados pela inflação.
O montante considera tanto obras de manutenção e adequação quanto de recuperação e construção de novas vias. Em 2022, o governo está autorizado a aportar R$ 5,79 bilhões nas rodovias, 4,4% a menos do que o investido no ano passado, que já foi o menor patamar em 16 anos.
Os dados foram divulgados na quarta-feira (9) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). No intervalo de de 2011 para cá, o investimento caiu setor caiu 73,1% com exceção de 2016. Considerando todo o setor de construção civil, a estimativa da Abdib (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base) é de que o investimento público federal tenha caído 65% na comparação entre 2010 e 2021, descontada a inflação.
Em relação às rodovias, a CNT estima que o Brasil precisa investir quase R$ 95 bilhões para a recuperação delas , sendo R$ 72,26 bilhões para reconstrução e restauração de rodovias e R$ 22,67 bilhões para manutenção de pistas e trechos classificados como desgastados. O valor total é quase 16 vezes superior ao investimento do governo federal na área em 2021. Segundo dados da confederação, 89,1% das rodovias pavimentadas se encontram sob gestão pública. Não tem como abrir mão do dinheiro público para construção e manutenção das rodovias.
Os números da CNT mostram que o ápice do investimento público foi em 2010 e 2011, com R$ 20,65 bilhões e R$ 21,15 bilhões injetados nas rodovias, respectivamente, o equivalente a 0,26% do PIB em ambos os anos.
A pesquisa mostra que, entre 2016 e 2021, o investimento público federal registrado por quilômetro administrado pela União foi de R$ 163,07 mil, em média.
A pesquisa CNT analisou 110.333 quilômetros (km) de estradas no Brasil, sendo 87.095 km de vias públicas e 23.238 km de malha concedida.
Em 2022, considerando o valor autorizado no orçamento para obras em rodovias, o investimento médio pode ser de apenas R$ 112,56 mil por quilômetro, 30,97% abaixo do valor investido por quilômetro na média de 2016 a 2021.
Sem o investimento público federal, a qualidade das rodovias tende a diminuir cada vez mais
Sem o investimento, a qualidade das vias tende a diminuir, havendo maior necessidade de intervenções de recuperação nas rodovias federais, que são mais custosas e demoradas do que as ações de manutenção; além de expor a população a transitar em vias cada vez mais degradadas, perigosas e ineficientes.
A pesquisa da CNT também mostra uma mudança na destinação do investimento público nos últimos anos. É crescente a participação de gastos destinados à manutenção e recuperação, em detrimento de obras de expansão (construção) e adequação da malha rodoviária.
Segundo a pesquisa, o investimento direcionado à construção caiu 12,6 pontos percentuais (p.p.), em média, na comparação entre 2006-2012 e 2013-2022, uma queda de 50% na participação no total dos investimentos feitos em rodovias. Já os recursos para manutenção e recuperação cresceram 17,2 p.p. entre os dois períodos, aumento de 41% no total dos investimentos realizados no setor.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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