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Jones Manoel sobre cortes de gastos: ‘não dá para a gente jogar no altar do mercado conquistas históricas’

O historiador e influenciador digital participou da edição de ontem (4) do ICL Notícias 1ª edição.
05/11/2024 | 12h59

O historiador e influenciador digital Jones Manoel comentou ontem (4) que o governo erra em ceder às pressões do mercado financeiro sobre o governo Lula para que anuncie um pacote de corte de gastos. “O erro está no governo atuar dentro dessa lógica do terrorismo especulativo do mercado”, disse durante participação no ICL Notícias 1ª edição.

Ele se refere às notícias que estão sendo veiculadas até o momento de que estariam no alvo do governo conquistas históricas, como os pisos constitucionais da saúde e educação, seguro-desemprego e BPC (Benefício de Prestação Continuada), cedido a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade econômica.

“A gente está falando de direitos que a gente conquistou depois de muita luta. Por exemplo, o piso nacional da saúde e educação – e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) está prometendo atacar -, a gente conquistou isso na Constituição de 88 depois de uma década de luta”, frisou Jones.

Na avaliação dele, o mercado usa a especulação como instrumento também de pressão, “mas o poder dessa pressão tem limites”. “Vamos lembrar alguns exemplos históricos recentes que são importantes: na época da pandemia, quando estava para ser aprovado o auxílio emergencial de R$ 600, o mercado também pressionou, o mercado também foi contra, o dólar também subiu e a Bolsa desceu. Aquela pressão foi sustentada e rapidamente voltou ao normal”, lembrou.

O próprio mercado não tolera por muito tempo a especulação feita por ele, pois os investidores também acabam perdendo com desvalorizações. “Não há pressão de valorização do dólar sobre o real de maneira indefinida. O que existe é uma pressão política de curto prazo para dobrar o joelho do governante do momento. É por isso que se usa muito o termo terrorismo fiscal ou terrorismo especulativo: você faz um terror inicial, dando a entender que o mundo vai acabar, que você precisa de maneira imediata atender aos interesses disso”, frisou.

Jones vê como erro o governo do presidente Lula ceder a essas pressões porque, “amanhã, o mercado vai dizer que é pouco”, e pode exigir do governo ir além e atacar outros direitos, como o “salário mínimo, a Previdência Social e os tratamentos de alta complexidade do SUS [Sistema Único de Saúde]”.

 

Assista à participação de Jones Manoel no ICL Notícias 1ª edição no vídeo abaixo:

Redação ICL Economia
Com informações do ICL Notícias 1ª edição

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