Lula assina decreto que reverte extinção da estatal de chips Ceitec

Na última segunda-feira, o presidente Lula assinou decreto que autoriza a reversão do processo de extinção do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A, a Ceitec, empresa pública microeletrônica. A estatal atua na fabricação de circuitos integrados, chips, módulos e tags de identificação por radiofrequência. Com o decreto, a empresa voltará a operar.

A Ceitec foi criada em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula, e ganhou destaque com a fabricação de chips, sobretudo para o monitoramento de gado. A estatal é uma das pioneiras do setor de semicondutores e de componentes avançados e estratégicos do país.

Em fevereiro deste ano, Lula criou um Grupo de Trabalho Interministerial para reavaliar o processo de liquidação iniciado em 2020, na gestão Bolsonaro. Em abril, um decreto de Lula retirou a estatal do Programa Nacional de Desestatização (PND). A medida é uma promessa de campanha de Lula.

Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a retomada operacional da Ceitec estabelece a indicação de novos dirigentes e dos Conselhos de Administração e Fiscal, a recomposição dos quadros técnicos e a elaboração de um plano de recuperação das atividades para atender às demandas dos setores público e privado. Um plano de negócios deve ser elaborado com novas rotas tecnológicas e industriais definidas para que a empresa possa atuar no mercado nacional e internacional.

O decreto do presidente Lula foi assunto no ICL Notícias primeira edição desta terça-feira (07). O jornalista Rodrigo Vianna ressaltou a importância da empresa e do investimento estatal para o desenvolvimento de setores estratégicos no Brasil.

“O Estado é quem puxa o investimento no Brasil, inclusive em setores estratégicos. O Brasil é uma potência agrícola, claro que tem o setor privado, o agro, mas tem a Embrapa, tecnologia importantíssima. Reverter a extinção da Ceitec mostra que nós estamos nesse movimento de enterrar aquele neoliberalismo radical, nem a direita bolsonarista parece mais acreditar nisso”, comentou Rodrigo Vianna.