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Por Chico Alves

Ganhou força nos últimos dias o nome de Aloizio Mercadante, atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para substituir Jean Paul Prates na presidência da Petrobras. A saída de Prates é dada como certa dentro do governo e Mercadante é o preferido do presidente da República. Em oportunidades recentes, Lula já tinha pensado em fazer essa troca, mas esbarrou na resistência do atual presidente do BNDES, que não queria assumir o cargo.

Prates tem o apoio da Federação Única dos Petroleiros, entidade sindical com muita influência no governo, mas o nível de insatisfação chegou a um ponto insustentável e Mercadante passou a ser visto como solução ideal para a empresa.

O presidente da Petrobras tem sido muito criticado por não alcançar os objetivos traçados desde o início do governo, especialmente a reativação do Comperj e o apoio à fabricação de navios nacionais por parte da Transpetro. Além disso, muitos governistas avaliam que houve a manutenção de tecnocratas em postos-chave da companhia, sobretudo na diretoria de Engenharia, na diretoria de Governança e Conformidade e na recém-criada diretoria de Transição Energética.

Outro ponto de desentendimento foi o anúncio de que a Petrobras não pagaria dividendos extras aos acionistas, como vinha fazendo. A decisão teria sido tomada em conjunto com o próprio Lula, mas a forma como Prates conduziu a questão desagradou o governo.

Uma das vozes da equipe governamental que mais tem demonstrado insatisfação com os rumos da Petrobras é o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em entrevista publicada ontem, na Folha de São Paulo, ele fez questão de destacar as discordâncias com a gestão da estatal. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, é outro que tem reclamado muito.

Prates, por sua vez, pediu ontem uma audiência com o presidente Lula para definir a sua situação. Segundo a colunista Monica Bergamo, da Folha, ele pretende mostrar as conquistas e os problemas de sua gestão, para se defender do que considera “bombardeio” que vem sofrendo. Mas o mais provável é que ele seja substituído até o fim de abril, quando serão realizadas as assembleias gerais ordinárias da empresa.

Aloizio Mercadante chegou a ter o nome especulado para a presidência da Petrobras durante a transição, mas preferiu ir para o BNDES.

Recentemente, ele criticou a política de distribuição de dividendos que vinha sendo executada. “Eu podia ficar quieto aqui porque nós (BNDES) temos cerca de R$ 20 bilhões em ações da Petrobras e nós recebemos, ano passado, 100% do que aplicamos. Isso é excelente. É uma vaca-leiteira pagando dividendo. Mas o Brasil precisa muito mais da Petrobras”, declarou Mercadante, em outubro de 2023.

Ele defende que a renda do setor de petróleo e gás deve servir à aceleração da transição energética e para investimento no país.

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