Lula cobra repasse de queda nos preços de combustíveis ao consumidor

Durante evento realizado nesta sexta-feira (28) no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente os setores de distribuição e varejo de combustíveis, cobrando o repasse imediato das reduções de preços anunciadas pela Petrobras nas bombas dos postos em todo o país.

Segundo o presidente, os cortes realizados pela estatal nos valores da gasolina e do diesel não estão sendo refletidos no preço final pago pelos consumidores, o que levanta preocupações sobre falta de transparência e abusos na cadeia de abastecimento.

“Não é possível que a Petrobras anuncie tanto desconto no óleo e diesel e esse desconto não chegue ao consumidor”, disse ele.

O alerta de Lula ocorre após a quarta queda consecutiva nos preços ao produtor, o que, segundo economistas, deveria gerar impacto positivo nos valores cobrados ao consumidor final. No entanto, o presidente destacou que muitos postos seguem praticando preços elevados, ignorando os ajustes feitos pela estatal.

Lula pede fiscalização reforçada

Em sua fala, o presidente pediu a atuação firme da Secretaria Nacional do Consumidor, dos Procons estaduais, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e até mesmo da Polícia Federal, a fim de fiscalizar práticas que possam estar lesando a população.

“É preciso que esses órgãos não permitam que nenhum posto de gasolina desse país venda gasolina mais cara do que o preço que tem que vender”, reforçou Lula.

A cobrança presidencial reforça as ações do Ministério de Minas e Energia, que já vinha encaminhando queixas ao Cade sobre possíveis práticas anticoncorrenciais na formação dos preços de combustíveis.

Petrobras anuncia investimento bilionário

A declaração de Lula ocorreu durante a apresentação de um pacote de investimentos da Petrobras, que prevê a aplicação de R$ 33 bilhões até 2029 na ampliação e modernização de unidades de refino no país. O anúncio foi feito na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), uma das maiores do Brasil, localizada na Região Metropolitana do Rio.

A iniciativa deve gerar cerca de 38 mil empregos diretos e indiretos, com foco na retomada da capacidade produtiva da estatal e na melhoria da eficiência da cadeia de combustíveis no país.

Ao lado do presidente, participaram do evento os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).