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Mais de 50 países já teriam entrado em contato com o governo dos Estados Unidos para buscar uma negociação em torno do pacote tarifário global anunciado pelo presidente Donald Trump na quarta-feira (2). A informação foi dada no domingo (6) pelo diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett. Os nomes dos países, porém, não foram mencionados.

Em entrevista à ABC News, Hasset não informou quais países procuraram o governo dos EUA pedindo diálogo. Mas afirmou que todos eles querem tentar reduzir as novas tarifas.

No fim de semana, os investidores se frustraram diante da ausência de sinais de que o governo Trump estaria avançando em negociações para reduzir tarifas de países ou considerar adiar o pacote de tarifas recíprocas previsto para entrar em vigor em 9 de abril. A tarifa unilateral inicial de 10% já passou a valer no sábado (5).

Em Wall Street, banqueiros, executivos e traders disseram a reportagem do jornal The New York Times que sentiram na semana passada flashbacks da crise financeira global de 2007-08, que derrubou vários gigantes de Wall Street.

De seu lado, os assessores do governo Trump tentaram minimizar as consequências econômicas da tumultuada implementação do tarifaço, antes da esperada abertura turbulenta dos mercados financeiros asiáticos na segunda-feira (7). Os mercados mundiais começam a semana com baixa generalizada, ainda sob efeito do plano tarifário global.

Na sexta-feira passada, o governo da China anunciou tarifa de 34% sobre todas as importações dos Estados Unidos. A tarifa entra em vigor a partir de 10 de abril, segundo informação publicada pela agência estatal de notícias Xinhua.

Pelas novas taxas anunciadas pela Casa Branca no último dia 2, a China terá produtos sobretaxados em 34% nos EUA.

Presidente de Tawain oferece tarifas zero para governo Trump

No domingo (6), o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, ofereceu tarifas zero como base para as negociações com os EUA, comprometendo-se a remover barreiras comerciais e dizendo que as empresas taiuanesas aumentarão seus investimentos nos EUA.

O governo do presidente Lula (PT) também busca uma negociação em torno das sobretaxas de 10% pela via diplomática.

Porém, Trump defendeu na noite de domingo o que chama de “tarifas retaliatórias” e afirmou que os Estados Unidos não continuarão “perdendo US$ 1 trilhão pelo privilégio de comprar lápis da China”.

Mencionando diretamente o país asiático, principal alvo de sua estratégia protecionista, e a União Europeia, Trump disse que não tem interesse em negociar as taxas impostas em sua nova política tarifária, a menos que as nações estejam dispostas a resolver o “problema do déficit” comercial que os EUA acumula. Ou seja, abrir seus mercados para produtos americanos baixando tarifas.

Ele falou a repórteres a bordo do avião presidencial, o Air Force One. Segundo o canal americano NewsNation, ele argumentou que o déficit norte-americano “passa de bilhões por país”, mas alcança a casa de “um trilhão” com a China.

“Nós precisamos resolver nosso déficit comercial com a China. Perdemos centenas de bilhões de dólares por ano com eles. E, a menos que resolvamos isso, não vou fechar um acordo”, afirmou. “Agora, eu estou disposto a fechar um acordo com a China, mas eles precisam resolver o superávit deles”, completou.

Trump também disse que a China desistiu de um acordo para a venda do TikTok devido às tarifas impostas por Washington a Pequim na semana passada.

Ele estendeu na sexta-feira o prazo para que o TikTok encontre um comprador não chinês ou enfrente uma proibição nos Estados Unidos, concedendo mais 75 dias, um dia após impor tarifas adicionais sobre todas as importações chinesas.

China se reúne com empresas dos EUA

Além de impor tarifas no mesmo patamar às exportações dos EUA, o governo de Xi Jinping afirmou no domingo que tem margem para reduzir custos de empréstimos e exigências de reservas para bancos, caso necessário, para proteger sua economia.

Nesta segunda-feira, o Ministério do Comércio da China informou, em nota, que organizou uma reunião com representantes de empresas dos Estados Unidos no domingo (6). Executivos da Tesla, do bilionário Elon Musk, que integra o governo Trump, da GE Healthcare e da Medtronic, entre outras, participaram do encontro, segundo o comunicado.

O ministério também disse que o governo chinês vai continuar a dar apoio para as companhias estrangeiras no país, mesmo as dos Estados Unidos, e que a China permanece um “lugar seguro e ideal para investimentos estrangeiros”.

 

 

 

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