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Melhora da balança comercial do Brasil depende de exportação da soja que passa por período de recuo

Sem a desaceleração na economia chinesa, o resultado seria ainda mais positivo para o Brasil com a exportação da soja e do milho
08/04/2022 | 18h00

O clima, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a situação incerta da economia chinesa, por conta dos casos de covid-19, fizeram com que a projeção da produção agrícola brasileira fosse novamente revista para baixo, o que culminou na queda da produção de soja. A nova queda da projeção de soja mostrou que o setor deve ser observado com cautela, pois este deve ser um dos maiores pilares da economia brasileira em 2022. Novas quedas podem prejudicar consideravelmente o já baixo crescimento econômico que deve ocorrer em 2022.

A melhora da balança comercial do Brasil é um pilar importante para que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) seja um pouco mais distante da estagnação prevista para o final do ano. E as exportações estão concentradas em duas grandes culturas, milho e soja.

A produção total de milho do Brasil 2021/22 foi estimada nesta sexta-feira (8) em 116 milhões de toneladas, de acordo com relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês), que elevou em 2 milhões de toneladas a projeção ante o mês passado, à medida que as lavouras da segunda safra vêm apresentando bom desenvolvimento.

De outro lado, o USDA reduziu a previsão da safra de soja do Brasil 2021/22 para 125 milhões de toneladas, versus 127 milhões projetados em março, ficando em linha com a expectativa do mercado.

Os estoques finais globais de soja 2021/22 foram previstos em 89,58 milhões de toneladas, versus 89,96 milhões na projeção anterior, mas acima do esperado pelo mercado (88,79 milhões).

O recuo da soja indicado ocorreu após o país perder alguns embarques para os Estados Unidos em um período em que normalmente domina as exportações para a China, maior importador global da oleaginosa.

O fato é que, caso não ocorresse uma desaceleração na economia chinesa, o resultado seria ainda mais positivo para o Brasil com a exportação da soja e do milho.

Na China, muitas áreas estão sofrendo com as ramificações econômicas e pessoais dos lockdowns, com escassez de alimentos, falta de assistência médica e fábricas fechadas trazendo aflição aos moradores.

O atual surto já ultrapassou o número de infecções registrado nos primeiros dias da pandemia, antes que testes estivessem facilmente disponíveis, e abrange uma faixa muito mais ampla do país.

Os chineses somaram 20.472 novos casos de Covid-19 na terça-feira (5), impulsionados pelo aumento de infecções em Xangai, onde autoridades locais estão construindo a maior instalação de isolamento improvisada do mundo para tentar conter o surto.

O Centro Nacional de Exposições e Convenções, um espaço de 1,2 milhão de metros quadrados conhecido por sediar feiras internacionais de automóveis e outros grandes eventos, será convertido para abrigar mais de 40 mil pessoas.

O número de casos continua a aumentar em Xangai e Jilin, uma província do nordeste que está fechada desde meados de março, mostrando a dificuldade em deter a propagação da omicron após a variante ter penetrado profundamente na população.

Muitos bens produzidos nas economias envolvidas no conflito e até pela China, agora, estão sendo agora exportados pelo Brasil, como níquel e algumas commodities alimentícias, que junto à alta do preço no mercado internacional, fizeram com que os resultados fossem muito positivos.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias e do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre

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