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Brasil deve terminar o ano com a menor taxa de desemprego em 12 anos, mas Selic alta deve impactar 2025

A soma dos rendimentos dos trabalhadores atingiu R$ 327,7 bilhões, aumento de 7,2% frente a setembro do ano passado.
04/11/2024 | 12h14

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na semana passada que a taxa de desemprego no trimestre em encerrado em setembro ficou em 6,4%, a menor taxa para o período e a segunda mais baixa da série histórica iniciada em 2012. Porém, o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, deve impactar a geração de novas vagas em 2025.

A Pnad Contínua mostrou que eram 7 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade de trabalho em setembro, o menor número desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015, uma queda de mais de meio milhão de trabalhadores nessa condição (541 mil).

Em reportagem do jornal O Globo, especialistas atribuem os bons números do mercado de trabalho ao crescimento da atividade econômica. Essa combinação deve fazer com que o país termine o ano com o menor nível de desemprego da série histórica.

Segundo o IBGE, o número de trabalhadores do país subiu para 103,0 milhões, novo recorde da Pnad Contínua, puxado principalmente por indústria e comércio. As altas foram de, respectivamente, 3,2% e 1,5% em seus contingentes.

O mesmo IBGE mostrou que a produção da indústria brasileira cresceu 1,1% em setembro deste ano em relação a agosto. Foi a segunda alta consecutiva. Em agosto a expansão foi de 0,2%.

A indústria foi responsável pelo acréscimo de 418 mil profissionais ao mercado de trabalho. Essa é uma boa notícia, porque esse setor gera os empregos mais qualificados e de maior rendimento.

Além disso, são vagas formais que têm maior potencial de impulsionar outros empregos no setor de serviços com o consumo dos seus novos ocupantes.

Na comparação anual, segundo o IBGE, sete grupamentos (Indústria, Construção, Comércio, Transporte, Informação e Comunicação, Administração e Outros Serviços) aumentaram seu número de ocupados, enquanto dois (Alojamento e Alimentação e Serviços domésticos) mantiveram estabilidade. Somente a Agropecuária mostrou queda (-4,7%) na sua população ocupada.

Já os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o Brasil criou 247.818 vagas de emprego com carteira assinada em setembro. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, foram criados 1.981.557 postos de trabalho formais. Na liderança estão, respectivamente, serviços (+128.354) e indústria (+59.827).

Taxa de desemprego baixa, massa salarial em alta e desafios para 2025

A soma dos rendimentos dos trabalhadores atingiu R$ 327,7 bilhões, aumento de 7,2% frente a setembro do ano passado. O rendimento, que vinha subindo desde o março de 2022, recuou levemente 0,4%, a R$ 3.227, mas subiu 3,7% frente ao ano passado.

Especialistas apontam que, como houve recuo da taxa básica de juros, de 13,75% em agosto do ano passado, para 10,5% ao ano em maio deste ano, isso gerou um efeito positivo no consumo das famílias, ajudando a impulsionar o mercado de trabalho. Contudo, com o início do ciclo de alta da taxa básica de juros, atualmente em 10,75%, pode haver uma contração no consumo daqui a alguns meses.

Além disso, o emprego com carteira cresceu 1,5%, com mais 582 mil trabalhadores formais, segundo o IBGE. A geração de emprego com carteira assinada, que gera um fluxo de renda regular, favorece o consumo e a geração de outros empregos nos longo prazo.

Porém, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central afirma que o quadro positivo no presente gera pressão inflacionária e já sinaliza com mais aumento na taxa básica de juros, a Selic.

Nesta terça-feira (5), o Copom realiza a reunião de novembro e, na quarta-feira (6), deve anunciar alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, como esperam os analistas. A meta de inflação perseguida pelo colegiado é de 3% )centro), podendo oscilar 1,5 p.p. para mais (4,5%) ou para menos (1,5%).

As projeções indicam que a inflação pode estourar o teto da meta este ano, o que pressiona o BC a subir os juros.

Esse cenário deve fazer com que o mercado de trabalho registre crescimento mais moderado em 2025, com reflexos também na massa salarial. Ou seja, aumentar a taxa de juros seria o “remédio” para acabar com o bom momento do mercado de trabalho e satisfazer, assim, outro mercado, o financeiro.

Redação ICL Economia
Com informações de O Globo

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