Os mercados mundiais operam mistos, nesta manhã de segunda-feira (4), com dois temas no radar: as eleições presidenciais nos Estados Unidos, que começam amanhã (5), mesmo dia em que também tem início a reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), que anunciará na quarta-feira (6) a sua decisão.
A expectativa é que o Fed reduza os juros em 25 pontos-base, após os últimos dados de emprego mostrarem que as contratações nos EUA cresceram em ritmo mais lento desde 2020, embora a taxa de desemprego tenha se mantido baixa.
Em relação às eleições, os Estados Unidos se preparam para as eleições presidenciais mais acirradas de sua história, com o republicano Donald Trump, de um lado, e a vice-presidente democrata, Kamala Harris, de outro. São dois projetos políticos totalmente diferentes em vários aspectos, com impactos em todo o mundo, pois estamos falando a maior economia do planeta.
No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central também realiza a sua reunião para definir os juros. Mas, em caminho oposto aos EUA, por aqui a expectativa é de alta da taxa básica de juros, a Selic. O anúncio também será feito na quarta-feira.
Na sexta-feira (8), não menos importante, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Fora tudo isso, tanto lá quanto cá, continua a temporada de balanços. Hoje, saem os balanços do terceiro trimestre do Itaú (ITUB4) e Klabin (KBLN11). Mais de 110 resultados serão apresentados nos próximos dias, dentre eles, os dados da Petrobras (PETR4), na quinta (7).
Na esfera política, depois da escalada do dólar na última sexta-feira (1º), o presidente Lula decidiu se reunir hoje com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) para discutir propostas de ajuste de gastos.
Na agenda de indicadores desta segunda-feira, saem o indicador antecedente de emprego e o Relatório Focus do Banco Central.
Brasil
O Ibovespa encerrou a sexta-feira (1º) com tombo de 1,23%, aos 128.120,75 pontos, queda de 1.592,58 pontos. É o menor patamar desde 7 de agosto último (127.513,88 pontos). Na semana, o principal indicador da Bolsa acumula baixa de 1,36%, a segunda semana seguida negativa (-0,46% na passada).
No primeiro pregão de novembro, véspera de Feriado de Finados, os investidores estavam de olho no que vai acontecer esta semana. Há eleições presidenciais nos Estados Unidos, em uma disputa acirradíssima que tem, de um lado, o ex-presidente republicano Donald Trump; de outro, está a vice-presidente democrata, Kamala Harris. Ninguém aposta em quem vai vencer, porque o perigo de errar é grande.
O dólar encerrou o dia em ampla alta, de 1,53%, cotado a R$ 5,87, maior nível de fechamento desde 13 de maio de 2020 e segundo mais alto da história, em termos nominais, segundo o Valor Data.
Europa
As bolsas europeias também operam mistas, com as eleições estadunidenses, decisão do Fed e do Banco da Inglaterra no radar, além da temporada de resultados corporativos.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,47%
DAX (Alemanha): -0,03%
CAC 40 (França): +0,09%
FTSE MIB (Itália): -0,01%
STOXX 600: +0,08%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York também operam mistos hoje. Por lá, houve recuo no dólar à medida que os investidores diminuíram as apostas na vitória do ex-presidente Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA. Novas pesquisas indicam que Kamala Harris está ganhando terreno, embora seja difícil cravar uma vitória da democrata.
O índice do dólar e os rendimentos dos Treasuries de 10 anos atingiram seu nível mais alto desde julho nas últimas semanas, com investidores apostando em um segundo mandato de Trump. Há preocupações de que seu apoio a uma política fiscal mais frouxa e tarifas elevadas possa ampliar o déficit federal e alimentar a inflação, pressionando os Treasuries.
Dow Jones Futuro: -0,06%
S&P 500 Futuro: +0,15%
Nasdaq Futuro: +0,13%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam com alta, enquanto os investidores aguardam qualquer aprovação de estímulo fiscal para reanimar a economia da China em desaceleração. O principal órgão legislativo da China, o Congresso Nacional do Povo, se reúne de 4 a 8 de novembro.
Os mercados japoneses estarão fechados devido ao Dia da Cultura nesta segunda-feira.
Shanghai SE (China), +1,17%
Nikkei (Japão): fechado por feriado
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,30%
Kospi (Coreia do Sul): +1,83%
ASX 200 (Austrália): +0,56%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem depois que a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados) adiou por um mês o aumento de produção previsto para dezembro.
Petróleo WTI, +2,12%, a US$ 70,96 o barril
Petróleo Brent, +1,98%, a US$ 74,54 o barril
Agenda
Nos EUA, saem os dados das encomendas à indústria de setembro.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente Lula se reunirá hoje com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) para tratar das duas Pecs que são o eixo do ajuste de gastos. A primeira deve propor a inclusão de todos os gastos obrigatórios, exceto salário mínimo e Previdência, dentro do arcabouço fiscal. Aí estão incluídos emendas, BPC, seguro desemprego, abono etc. Caso os gastos avancem acima de 2,5%, seriam acionados gatilhos para travar a despesa. Ainda há resistência do presidente sobre a inclusão do BPC nesta trava. A segunda PEC deve tratar da desvinculação de receitas para aumentar a parcela do Fundeb nos gastos mínimos de educação, incorporar o programa Pé de Meia e considerar dentro dos gastos mínimos de saúde o valor das emendas parlamentares para o setor. Por conta da reunião, Haddad cancelou viagem que faria à Europa nesta semana, a pedido do presidente Lula. Na seara de indicadores, saem o indicador antecedente de emprego e o Relatório Focus do Banco Central.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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