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Mercados mundiais operam em baixa nesta manhã de 6ª feira, após fala de secretária do Tesouro dos EUA sobre setor bancário

Ontem, Janet Yellen disse que as medidas adotadas para apoiar os clientes do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos EUA, poderiam ser implantadas novamente em meio a preocupações com os bancos americanos
24/03/2023 | 11h35

Em uma semana marcada pelas decisões de bancos centrais pelo mundo, os mercados mundiais estão operando no campo negativo nesta manhã de sexta-feira (24), após a fala da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, que foi interpretada pelos investidores como um sinal de que novas crises bancárias não estão descartadas.

Ontem (23), ela disse que as medidas adotadas para apoiar os clientes do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, nos EUA, poderiam ser implantadas novamente em meio a preocupações com os bancos americanos. Lembrando que, um dia antes, Janet Yellen havia dito a senadores que o Tesouro não estava considerando nenhum plano para garantir todos os depósitos bancários dos EUA sem a aprovação do Congresso.

Para jogar mais lenha na fogueira dos mercados, as ações do Deutsche Bank caem mais de 10% após um aumento nos swaps de inadimplência de crédito – uma espécie de seguro -, elevando a aversão ao risco do mercado.

Todo esse cenário de apreensão faz com que as bolsas da Europa e da Ásia estejam operando em baixa na manhã de hoje.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (23) em forte queda com investidores acompanhando os novos episódios de tensão entre governo federal e Banco Central e repercutindo a decisão de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira caiu  2,29%, aos 97.926 pontos. Essa foi a primeira vez desde julho de 2022 que o Ibovespa encerrou o pregão abaixo dos 100 mil pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os juros nos Estados Unidos e no Brasil vieram dentro das expectativas, mas, mesmo assim, o Ibovespa reagiu com queda. O Federal Reserve (Banco Central dos EUA) elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para uma faixa de 4,75% a 5%.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou com alta de 0,05%, cotado a R$ 5,245 na compra e a R$ 5,246 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no negativo hoje, como resultado de uma semana cheia de acontecimentos importantes. A cereja do bolo veio com a declaração da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que não descartou mais problemas envolvendo bancos no país.

Na região, o Banco da Inglaterra elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, conforme esperado, para 4,25% ao ano. O Reino Unido registrou inflação acima do esperado por analistas, o que contribuiu para a decisão.

Nesta manhã, os papéis do Deutsche Bank operavam com baixa de mais de 10%, estendendo uma queda de 3,2% na quinta-feira, depois que seus swaps de inadimplência, uma forma de seguro para detentores de títulos, subiram.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,48%
DAX (Alemanha), -1,53%
CAC 40 (França), -1,50%
FTSE MIB (Itália), -1,81%
STOXX 600, -1,25%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa, com os investidores digerindo a fala da secretária do Tesouro, que trouxe apreensão a respeito de novos problemas bancários no país.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,50%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,41%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,23%

Ásia

Do mesmo modo que os demais mercados, as bolsas da Ásia também fecharam com baixa, repercutindo a fala da secretária do Tesouro.

Das notícias da região, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura do Japão subiu de 47,7 para 48,6 em fevereiro, seu primeiro aumento desde março de 2022. Por outro lado, a estimativa para o setor de serviços Japão ficou em 54,2 em março, ligeiramente acima dos 54,0 em fevereiro, e a leitura mais forte desde outubro de 2013.

Já a inflação do Japão ficou em 3,3% no mês em comparação com o ano anterior, também abaixo da inflação de janeiro de 4,3%.

Shanghai SE (China), -0,64%
Nikkei (Japão), -0,13%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,67%
Kospi (Coreia do Sul), -0,39%
ASX 200 (Austrália), -0,19%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, ampliando as perdas do dia anterior, devido a preocupações com o potencial excesso de oferta, depois que a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, disse que o reabastecimento da Reserva Estratégica de Petróleo do país pode levar vários anos.

Petróleo WTI, -1,72%, a US$ 68,76 o barril
Petróleo Brent, -1,51%, a US$ 74,76 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, os investidores está no radar dos investidores os dados econômicos sobre bens duráveis, manufatura e serviços. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard , deve falar perto da abertura dos mercados.

Por aqui, no Brasil, no campo político, a queda de braço entre Arthur Lira (presidente da Câmara) e Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) pelas Medidas Provisórias do governo federal pode prejudicar a agenda econômica do governo. Na seara econômica, será divulgada a prévia do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referente a março. O consenso Refinitiv projeta alta mensal de 0,65% e alta anual de 5,30%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências e InfoMoney

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