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Os mercados mundiais começam esta quinta-feira (13) em baixa generalizada, um dia após a inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) avançar abaixo do esperado. Para hoje, os agentes aguardam a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), também nos EUA.
Juntos, todos esses dados vão ajudando os analistas a balizarem as apostas sobre os próximos passos da política monetária estadunidense. A próxima reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) acontece na próxima semana (18 e 19 de março).
A propósito, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC também se reúne nas mesmas datas que o Fed, quando deve ser definida mais uma alta da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano.
Nos mercados, os agentes também continuam acompanhando os desdobramentos da política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump. Na véspera (12), ele afirmou que os EUA reagiriam às contramedidas da União Europeia contra suas novas taxas de 25% sobre aço e alumínio, elevando o risco de uma nova escalada na guerra comercial global.
Ontem, o Canadá anunciou tarifas de 25% sobre aproximadamente US$ 20,8 bilhões em produtos importados dos EUA, incluindo aço e alumínio, em resposta à decisão do governo Trump de impor impostos globais sobre as importações desses materiais.
Por aqui, o governo brasileiro optou por não adotar medidas de retaliação imediatas, preferindo aguardar o desenrolar das negociações em andamento com os EUA, incluindo reuniões técnicas que estão sendo agendadas. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA.
A agenda econômica desta quinta-feira (13) inclui a divulgação, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos dados do setor de serviços de janeiro. Também está na agenda a divulgação dos juros/spread bancário, também de janeiro.
Brasil
Na reta final do pregão de quarta-feira (12), o Ibovespa fechou com alta de 0,29%, aos 123.863,50 pontos, um ganho de 356,15 pontos. Mas o dia foi de muita oscilação.
De modo geral, os investidores repercutiram os dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos.
Por aqui, a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou para 1,31% em fevereiro, após registrar 0,16% no mês anterior. Esta é a maior alta para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%) e a maior taxa desde março de 2022 (1,62%).
Nos EUA, o índice de preços do consumidor de fevereiro, medido pelo CPI, veio mais suave do que o esperado.
O dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,07%, cotado a R$ 5,808.
Europa
As bolsas europeias operam predominantemente no campo negativo, pressionados pelo impacto da política tarifária do presidente Donald Trump nas relações comerciais globais. Os agentes também acompanham a temporada de balanços corporativos.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,10%
DAX (Alemanha): -0,82%
CAC 40 (França): -0,67%
FTSE MIB (Itália): -1,04%
STOXX 600: -0,25%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no vermelho, com os principais índices caminhando para encerrar a semana em baixa acentuada. O S&P 500 e o Nasdaq acumulam perdas em torno de 3%, enquanto o Dow Jones recua 3,4%, a caminho de sua pior semana desde março de 2023.
As oscilações no mercado acionário refletem a crescente incerteza entre os investidores, em meio a duas semanas de vendas intensas, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o país poderia entrar em recessão.
A alta da taxa de desemprego e os cortes na força de trabalho federal ampliam os temores de uma desaceleração econômica nos EUA.
Dow Jones Futuro: -0,46%
S&P 500 Futuro: -0,68%
Nasdaq Futuro: -0,94%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em baixa generalizada, mesmo após relatório de inflação fraca dos EUA empurrar dois índices de Wall Street para cima.
Shanghai SE (China), -0,39%
Nikkei (Japão): -0,08%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,58%
Kospi (Coreia do Sul): -0,04%
ASX 200 (Austrália): -0,48%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem com queda maior do que o esperado nos estoques de gasolina dos EUA.
Petróleo WTI, +0,30%, a US$ 67,89 o barril
Petróleo Brent, +0,32%, a US$ 71,18 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, será divulgado o índice de preços ao produtor de fevereiro.
Por aqui, no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo enviará ao Congresso a reforma do Imposto de Renda ainda este ano, visando combater a desigualdade no pagamento do tributo, com foco nos “muitos brasileiros ricos” que não pagam enquanto os trabalhadores têm o imposto descontado na folha. Haddad também destacou a reforma tributária sobre o consumo, mencionando a decisão do governo de isentar 100% da cesta básica, incluindo carne, leite, ovos e outros produtos essenciais. Ele afirmou que o Brasil terá um sistema tributário mais justo e competitivo. O ministro ressaltou que a educação, um sistema tributário justo e o acesso ao crédito são fundamentais para o desenvolvimento do país.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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