Os mercados mundiais estão em trajetória negativa, nesta manhã de sexta-feira (20). Os índices futuros dos Estados Unidos operam em baixa, enquanto os agentes aguardam a divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), indicador de inflação preferido do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), para balizar a política monetária.
A expectativa de analistas consultados pela agência Reuters projeta uma alta mensal de 0,2% e um aumento anual de 2,5%. A meta de inflação perseguida pelo Fed é de 2%.
Em outra frente, a Câmara de Representantes dos EUA, equivalente à Câmara dos Deputados brasileira, liderada pelos republicanos, rejeitou um plano de financiamento temporário apoiado pelo presidente eleito Donald Trump na quinta-feira (19), com uma possível paralisação do governo dos EUA se aproximando em pouco menos de 24 horas.
Além do PCE, serão divulgados nos Estados Unidos os gastos dos consumidores de novembro e o Índice Michigan de Percepção do Consumidor de dezembro.
Por aqui, serão divulgados os dados da Receita Tributária Federal referente a novembro, que fornece uma visão detalhada sobre o desempenho fiscal do país. Esse dado serve para medir a arrecadação e o equilíbrio fiscal, impactando diretamente os investidores, especialmente aqueles que operam com títulos públicos ou fundos ligados ao Tesouro Nacional.
Às 8h, será publicada a Sondagem do Consumidor para dezembro, um importante termômetro sobre o sentimento econômico dos brasileiros, que afeta o consumo e, consequentemente, a atividade econômica.
Brasil
O destaque desta quinta-feira (19) foi o dólar. A moeda norte-americana teve mais um dia de fortes oscilações e só caiu após intervenção do Banco Central, que realizou dois leilões no valor de US$ 8 bilhões para intervir no câmbio. Além disso, também contribuiu a aprovação em primeiro turno do pacote de corte de gastos pela Câmara, o principal provocador de nervosismo no mercado financeiro.
Com esses dois fatores, o dólar interrompeu ontem a sequência de cinco altas consecutivas e fechou o dia em queda de 2,32%, vendido a R$ 6,122.
O Ibovespa, por sua vez, voltou a subir na quinta-feira. O principal indicador da Bolsa brasileira terminou o dia com alta de 0,34%, aos 121.187,91 pontos, um ganho de 416,03 pontos. Vale lembrar que, na quarta-feira (18), o índice teve queda de mais de 3%.
Os juros futuros (DIs) começaram subindo por toda a curva, ultrapassando os 16% em vários vértices, antes de recuarem e acabarem com amplas baixas.
Europa
As bolsas europeias operam no campo negativo, depois que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, fez nova ameaça comercial à União Europeia, divulgando nas redes sociais a possibilidade de impor novas tarifas ao bloco. Para não cumprir a ameaça, ele cobra do bloco europeu que compre mais petróleo e gás dos Estados Unidos.
Já os volumes de vendas no varejo no Reino Unido aumentaram em cerca de 0,5% no ano até novembro.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,37%
DAX (Alemanha): -0,91%
CAC 40 (França): -0,96%
FTSE MIB (Itália): -1,11%
STOXX 600: -0,83%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo, depois que dados econômicos divulgados ontem apontaram um crescimento econômico mais acelerado do que o previsto e um consumo robusto por parte dos consumidores. Esse conjunto de dados enfraqueceu ainda mais as perspectivas de cortes iminentes nas taxas de juros.
Agora, resta aguardar o que vão trazer os dados a serem divulgados nesta sexta-feira.
Dow Jones Futuro: -0,31%
S&P 500 Futuro: -0,45%
Nasdaq Futuro: -0,75%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam no vermelho, enquanto os investidores assimilavam dados de inflação do Japão, bem como uma decisão sobre a taxa de juros da China.
O Banco Popular da China manteve suas taxas preferenciais de empréstimos estáveis nesta sexta-feira, deixando a taxa de um ano inalterada em 3,1% e a taxa de cinco anos em 3,6%.
Já o Japão divulgou seus números de inflação de novembro, um dia após o Banco do Japão manter as taxas em 0,25%. A taxa de inflação básica no país — que exclui os preços dos alimentos frescos — chegou a 2,7%.
Shanghai SE (China), -0,06%
Nikkei (Japão): -0,29%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,16%
Kospi (Coreia do Sul): -1,30%
ASX 200 (Austrália): -1,24%
Petróleo
Os preços do petróleo recuam devido a preocupações com a demanda e dólar forte. Um dólar mais forte torna o petróleo mais caro para detentores de outras moedas, enquanto um ritmo mais lento de cortes nas taxas pode prejudicar o crescimento econômico e reduzir a demanda por petróleo.
Petróleo WTI, -0,52%, a US$ 69,02 o barril
Petróleo Brent, -0,49%, a US$ 72,52 o barril
Agenda
Nos EUA, saem o índice de preços PCE (novembro); os gastos dos consumidores (novembro) e o Índice Michigan de Percepção do Consumidor (dezembro).
Na Europa, sai o Índice de Confiança do Consumidor de dezembro da zona do euro.
Por aqui, no Brasil,
O Banco Central anunciou nesta quinta-feira que ofertará ao mercado de câmbio um total de 7 bilhões de dólares na manhã de sexta-feira em dois leilões de linha (com compromisso de recompra) e um leilão à vista.
O leilão à vista acontecerá às 9h15, podendo chegar a 3 bilhões de dólares, e os leilões de linha serão realizados às 10h20 e às 10h40, no valor de até 2 bilhões de dólares cada um.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
Deixe um comentário