Os mercados mundiais amanhecem operando sem direção única, nesta quinta-feira (25), após uma onda de resultados corporativos abaixo do esperado e preocupações sobre se o crescimento econômico dos Estados Unidos estaria impulsionando perdas nos mercados globais, adicionando mais combustível a uma selloff (liquidação) que começou com os investidores vendendo ações de big techs (grandes empresas de tecnologia).
Ontem (24), o Nasdaq e o S&P 500 registraram suas piores sessões desde 2022. Traders têm trocado ações de mega capitalização para áreas mais cíclicas do mercado, o que foi agravado na quarta-feira, quando os lucros da Alphabet e da Tesla decepcionaram.
No radar dos investidores estão os dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego, que podem oferecer mais pistas sobre a saúde da economia norte-americana.
Ainda no âmbito corporativo, as ações da Stellantis despencaram até 10% após a montadora anunciar que está trazendo de volta modelos antigos e considerando cortes de preços para lidar com uma forte queda nas vendas durante os primeiros seis meses do ano.
Por aqui, o destaque do dia é a divulgação do IPCA-15, com previsão do consenso LSEG de alta de 0,23% na base mensal e 4,38% na base anual.
Haverá também a divulgação dos dados da arrecadação do governo em junho, que deve atingir R$ 204,9 bilhões.
Na temporada de balanços, após o fechamento dos mercados, saem os resultados da mineradora Vale (VALE3), que registrou crescimento da produção em sua prévia publicada na semana passada.
Brasil
O Ibovespa não segurou o reggae do mercado externo na quarta-feira (24) e acabou indo junto, ainda que de leve, com baixa de 0,13%, aos 126.422,73 pontos.
Lá fora, os principais índices em Wall Street desabaram – o Dow Jones perdeu mais de 1%, o S&P 500 desceu mais de 2% e o Nasdaq fez pior, caiu mais de 3%, com resultados corporativos.
Em Nova York, a sessão de ontem foi um reflexo do que vem acontecendo nos últimos dias. A quarta-feira, no entanto, foi pior, depois dos balanços da Tesla e da Alphabet, dona do Google.
A Tesla registrou anteontem, após o fechamento, sua pior margem de lucro em mais de cinco anos. Já a Alphabet reportou uma receita superior às estimativas, mas frustrantes em alguns aspectos.
O dólar comercial disparou diante do real. A alta foi de 1,27%, a R$ 5,65. Os Dis (juros futuros) avançaram por toda a curva.
Europa
As bolsas europeias caem hoje, com foco em uma onda de lucros corporativos e uma liquidação em Wall Street. Investidores da região também acompanham dados da confiança do consumidor alemão e da atividade empresarial na zona do euro e no Reino Unido, antes da divulgação do PIB do segundo trimestre da zona do euro na próxima semana.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,91%
DAX (Alemanha): -1,37%
CAC 40 (França): -1,93%
FTSE MIB (Itália): -2,62%
STOXX 600: -1,52%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam mistos hoje, com a temporada de resultados no radar dos investidores. Hoje, são aguardados os balanços da American Airlines, Northrop Grumman, Honeywell e Hasbro, entre outras empresas.
Dow Jones Futuro: +0,13%
S&P 500 Futuro: -0,11%
Nasdaq Futuro: -0,20%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com perdas, acompanhando uma ampla liquidação de Wall Street ontem.
No âmbito macroeconômico, o Banco do Japão deve discutir um aumento da taxa em sua reunião de política monetária na próxima semana, nos dias 30 e 31 de julho, além de detalhar um plano para reduzir pela metade sua compra de títulos.
Shanghai SE (China), -0,52%
Nikkei (Japão): -3,28%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,67%
Kospi (Coreia do Sul): -1,74%
ASX 200 (Austrália): -1,29%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa após fechar em alta na sessão anterior, quando acompanhou o enfraquecimento do dólar e a queda nos estoques da commodity nos EUA.
Petróleo WTI, -1,60%, a US$ 76,35 o barril
Petróleo Brent, -1,49%, a US$ 80,49 o barril
Agenda
Na agenda do dia, dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, em entrevista à GloboNews na noite de ontem (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou as propostas que serão apresentadas ao presidente Lula (PT) no debate sobre a segunda etapa da reforma tributária, prevista para o segundo semestre deste ano. De acordo com Haddad, as propostas, que agora focam na renda, seguirão dois caminhos: aumentar o teto de isenção do Imposto de Renda ou reduzir a alíquota de consumo. Na seara de indicadores, saem hoje os dados da confiança do consumidor de julho; transações correntes de junho, com o consenso LSEG prevendo déficit de US$ 3 bilhões; IPCA-15 de julho, com consenso LSEG prevendo alta de 0,23% na base mensal e 4,38 na base anual; e arrecadação de junho, com o consenso LSEG projetando R$ 204,9 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg
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