O índice Nikkei, de Tóquio, desabou 12,4%, nesta segunda-feira (5), fechando a 31.458,42 pontos, no maior tombo diário desde outubro de 1987, na também chamada black monday. Com isso, o indicador apagou integralmente os ganhos conquistados em 2024 e entrou em território baixista, ao acumular queda de 25% desde a máxima histórica que havia atingido em julho.
Mas o Nikkei não foi o único. O sul-coreano Kospi caiu 8,77% em Seul, a 2.441,55 pontos e o Taiex recuou 8,35% em Taiwan, a 19.830,88 pontos.
De modo geral, os mercados mundiais estão em território negativo hoje, movimento iniciado na sexta-feira passada (2), quando o payroll (relatório de folha de pagamentos dos EUA) mostrou um mercado de trabalho mais desacelerado que o esperado, acendendo alerta de que a economia norte-americana pode estar em recessão.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em forte baixa hoje, à medida que a liquidação global de ações se aprofundou em meio a preocupações de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) perdeu o timing para baixar os juros, que estão no maior patamar em mais de duas décadas.
A segunda também será marcada pela divulgação do índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da S&P Global nos EUA, na zona do euro, no Reino Unido e na Alemanha.
Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central divulga, nesta terça-feira (6), a ata da última reunião do colegiado, realizada na semana passada, em que a taxa básica de juros foi mantida em 10,50% ao ano, em decisão unânime.
A autoridade monetária sinalizou a possibilidade de taxas mais altas, dependendo do comportamento da inflação.
Além disso, um dos detalhes da semana será a apresentação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na sexta-feira (9). A expectativa, de acordo com o consenso LSEG, é de alta de 0,23% ao mês.
Brasil
O Ibovespa foi contaminado pela onda de pessimismo que tomou conta do mercado norte-americano, e caiu 1,21% na sexta-feira (2), aos 128.854,09 pontos. Com isso, o principal indicador da Bolsa brasileira fechou pela terceira semana seguida no campo negativo, com perda acumulada de 1,29%.
Mas, importante dizer, não foi somente no Brasil. Só para citar um exemplo, a Bolsa de Tóquio fechou em forte baixa de 5,8%, aos 35.909,70 pontos, no pior desempenho diário desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020. Os demais mercados da Ásia e, também, da Europa, sentiram o baque. Em Nova York, o tombo das bolsas foi feio.
O efeito cascata começou na quinta-feira (1º), com a divulgação do PMI industrial dos EUA, que contraiu em julho pelo quarto mês consecutivo. Os pedidos de seguro-desemprego, por sua vez, vieram acima do esperado.
A pá de cal veio na sexta, com a divulgação do payroll de julho (relatório de folha de pagamentos), que confirmou a contração do mercado de trabalho a um nível preocupante. Para piorar, as novas encomendas de produtos manufaturados nos EUA caíram mais do que o esperado em junho.
O dólar comercial, por sua vez, passou a cair diante do real, para fechar com menos 0,45%, a R$ 5,70.
Europa
As bolsas europeias também caem hoje, acompanhando o movimento de volatilidade global, em meio a preocupações com uma iminente recessão nos EUA. Na frente de dados, saem dados de PMI de serviços do Reino Unido, Itália e Espanha.
FTSE 100 (Reino Unido): -2,02%
DAX (Alemanha): -2,29%
CAC 40 (França): -1,95%
FTSE MIB (Itália): -2,67%
STOXX 600: 2,32%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York também caem hoje, estendendo as perdas de sexta-feira passada, com os investidores receosos sobre a possibilidade de a economia norte-americana estar em recessão.
Dow Jones Futuro: -1,51%
S&P 500 Futuro: -2,56%
Nasdaq Futuro: -4,17%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam com forte baixa, dando continuidade a liquidação da semana passada, com o Nikkei, do Japão, caindo mais de 12%.
A queda de 12,4% no Nikkei foi o pior dia para o índice desde a “Segunda-feira Negra” de 1987. A baixa de 4.451,28 pontos no indicador também foi a maior em termos de pontos em toda a sua história.
Shanghai SE (China), -1,54%
Nikkei (Japão): -12,40%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,46%
Kospi (Coreia do Sul): -8,77%
ASX 200 (Austrália): -3,70%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa, com temores de uma recessão nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo, compensando preocupações de que as crescentes tensões no Oriente Médio possam afetar o fornecimento da maior região produtora.
Petróleo WTI, -1,77%, a US$ 72,21 o barril
Petróleo Brent, -1,63%, a US$ 75,57 o barril
Agenda
A segunda também será marcada pela divulgação do índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da S&P Global nos EUA, na zona do euro, no Reino Unido e na Alemanha.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, com a retomada dos trabalhos legislativos após o recesso, a atividade do Congresso deve ganhar impulso e as discussões da desoneração da folha de pagamento devem ser retomadas. Há também a expectativa de avanço da proposta de renegociação da dívida de estados com o governo federal. Na seara dos indicadores, saem hoje o Boletim Focus e o Índice PMI composto de julho, da S&P Global.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg
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