Uma reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico revelou que o total de domicílios brasileiros considerados como de classes D e E deve fechar o ano em 50,7%. Em 2012, as duas classes representavam 48,7% do total, de acordo com estudo feito pelo Tendências Consultoria.
Segundo projeções da consultoria, somente em 2028 o país deve retomar aos níveis de 2014, quando registrou sua melhor marca, com 47% da população nas classes D e E. O levantamento considera como classes D e E os domicílios que tiveram renda mensal familiar de até R$ 2,9 mil em novembro de 2021, considerados “pobres” e “extremamente pobres”.
De acordo com o economista Lucas Assis, responsável pelo estudo, 47,1% da renda desse grupo vem do trabalho. Outros 39% da Previdência Social (aposentadorias). O auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) respondem atualmente por 12,3%.
Por sua vez, na classe C a renda do trabalho responde por 90,8% dos recursos. Na classe A, três quartos (74,8%) da renda vêm de “outros” (como ganhos de capital com juros e dividendos, que não são tributáveis), e apenas 24,8% recebem renda do trabalho.
Victor Pagani, supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, disse em entrevista à Rádio Brasil Atual que a instabilidade política gerada pelo governo Bolsonaro tem provocado o aumento da pobreza e da miséria no país.
“O que nós estamos vivendo no Brasil são os efeitos do golpe de Michel Temer e a política nefasta de Bolsonaro e Paulo Guedes. De lá pra cá tivemos um grande retrocesso no país com a precarização do trabalho e da renda das famílias brasileiras. Basta andar pelas ruas para ver o tamanho do abismo, da desigualdade social. Somente um governo comprometido com o país será capaz de desenvolver políticas pública para colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento novamente”, disse.
Redação ICL Economia
Com informações da Rede Brasil Atual
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